Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.
PF pede para Gol informar se Bolsonaro usou certificado falso de vacina
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
Para aprofundar a investigação sobre um suposto esquema de certificados falsos de vacinação, a Polícia Federal solicitou às companhias aéreas que informem se o ex-presidente Jair Bolsonaro, sua filha Laura, o tenente-coronel Mauro Cid e outros investigados apresentaram documentos fraudulentos com o objetivo de driblar as exigências relacionadas à covid-19 nas viagens internacionais que realizaram no ano passado e neste ano.
O pedido já foi autorizado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que expediu ofício à Gol e outras companhias aéreas determinando o fornecimento das informações. Ainda não houve resposta.
- Bolsonaro presta depoimento à Polícia Federal na tarde desta terça-feira (16) sobre esse assunto e será questionado se usou o certificado falso de vacinação, emitido por Mauro Cid em seu nome.
- A PF quer saber se ele apresentou à Gol algum documento relacionado ao imunizante da covid-19 quando embarcou em um voo no final de março em Orlando, nos Estados Unidos, para retornar ao Brasil.
A investigação pediu "autorização judicial para que as empresas aéreas forneçam à Polícia Federal todos os documentos apresentados pelos viajantes, a seguir descritos (inclusive os documentos relacionados às exigências sanitárias relativas à covid-19, como formulários de preenchimento compulsório exigidos pelos países de origem e destino), em voos internacionais, realizados pelo período compreendido entre 1/12/2021 e 25/4/2023".
A apresentação de certificados fraudulentos nessas viagens comprovaria que os documentos foram emitidos para driblar as exigências sanitárias, agravando a situação dos investigados.
A solicitação também abrange familiares de Mauro Cid e ex-assessores do presidente que são alvo da investigação.
Em pronunciamento após ter sido alvo de buscas, Bolsonaro afirmou não ter adulterado seu cartão de vacina e reiterou que não recebeu o imunizante contra a covid-19. A defesa de Mauro Cid disse que só vai se manifestar perante o Supremo Tribunal Federal.
Auxiliar disse que não usou certificado
Um dos assessores do ex-presidente Jair Bolsonaro alvo de prisão pela Polícia Federal sob suspeita de um esquema de certificados falsos de vacina afirmou em depoimento que viajou para os Estados Unidos sem precisar apresentar o documento sobre o imunizante da covid-19.
No depoimento, Max Guilherme disse que não houve exigência da vacina pelas autoridades. "Durante as viagens que realizou para os Estados Unidos, entre o final de 2022 e os meses iniciais de 2023, não foi cobrado o certificado de vacinação contra covid-19, nem para embarcar nem para desembarcar", consta no termo de depoimento.
Ele foi ouvido no último dia 3 de maio, após a prisão decretada pela PF. O depoimento do assessor é marcado por contradições e não esclarece o esquema de fraudes nos certificados, na avaliação dos investigadores.
Questionado sobre por que emitiu o certificado falso contra a Covid-19, Max Guilherme afirmou que entrou no sistema do ConecteSus apenas "para verificar o que constava no seu nome" e descobriu por acaso que havia lá o registro do imunizante, mesmo sem nunca ter se vacinado.
"Imprimiu os certificados que constavam no Conectesus e os guardou, não tomando nenhuma providência para retificar esses registros", de acordo com o depoimento à PF.
Em seguida, Max Guilherme foi questionado se imprimiu o documento para tentar burlar as regras de entrada nos Estados Unidos, mas se recusou a responder.
Ele ainda foi questionado se tinha conhecimento sobre o registro falso de covid-19 em nome do ex-presidente Jair Bolsonaro e afirmou que "não tem ideia" de como foi a inserção desses dados.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.