Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.
Grupo anti-Lava Jato aproxima Alckmin do 'campo progressista'
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
Um dos principais cupidos do namoro entre Lula e Geraldo Alckmin (PSB), o Prerrogativas, formado majoritariamente por advogados contrários à Lava Jato, busca, a partir de agora, aproximar o ex-governador e ex-tucano dos chamados setores progressistas do mundo jurídico e da centro-esquerda.
Um encontro está programado para ocorrer na noite desta segunda-feira (11) entre membros do Prerrogativas e Alckmin. Devem participar também representantes de movimentos sociais, dos direitos LGBTQIA+, do direito empresarial e de associações jurídicas. O gesto ocorrerá em momento importante: indicado pelo PSB para ser vice de Lula, o ex-governador ainda precisa ser submetido às instâncias do PT.
Criado em 2014 a partir de um grupo de mensagens no WhatsApp, o grupo integra a linha de frente da defesa do ex-presidente petista na opinião pública ao fazer o contraponto a Sergio Moro, Deltan Dallagnol e outros expoentes da operação Lava Jato.
Um dos objetivos do encontro, marcado para o apartamento do advogado e jurista Pedro Serrano, na capital paulista, é manifestar apoio a Alckmin. O sociólogo Fernando Guimarães, pelo PSB, e o advogado Marco Aurélio de Carvalho, filiado ao PT e amigo de Lula, também participaram da organização do jantar. Serrano e Carvalho são membros do Prerrogativas.
Alckmin construiu sua carreira política quase sempre em lado político contrário ao do PT e, quando esteve no Palácio dos Bandeirantes (por quatro mandatos pelo PSDB), foi alvo de críticas do "campo progressista" do direito e da esquerda, especialmente por conta de sua política de segurança pública, considerada excessivamente truculenta.
Segundo apurou a coluna, o Prerrogativas, que ajudou a abrir as portas para a entrada do ex-tucano na centro-esquerda, quer agora criar um espaço de conforto para ele no novo ninho. Em dezembro do ano passado, foi em um jantar promovido pelo Prerro, como o grupo é chamado, que Lula e Alckmin apareceram juntos publicamente pela primeira vez, após o início das tratativas políticas para a composição de um chapa presidencial. O ex-governador é o indicado do PSB para ser vice do ex-presidente.
Reconhecidamente "garantista", o Prerro também aproximou Lula de advogados considerados mais conservadores, muitos deles, por exemplo, estiveram no jantar de dezembro passado em que o ex-presidente, preso por decisão de Moro em 2018, foi homenageado. O grupo tem sido intransigente na defesa do petista e nas críticas ao que chama de arbitrariedades da Lava Jato. Dois livros foram publicados pelo Prerrogativas sobre o assunto: o das "Parcialidades" e o das "Suspeições".
No mesmo ano em Lula foi preso, o provável vice de Lula também passou ser a fustigado pela chamada "Lava Jato paulista". Em julho daquele ano eleitoral, Laurence Casagrande Lourenço, ex-secretário de Logística e Transportes do governo Alckmin, foi indiciado pela PF. Dois meses depois, ele disse, em entrevista, que havia um uso político na acusação e se declarou inocente. Desde então, o processo não avançou.
Segundo aliados de Alckmin, há uma perseguição a ele e a integrantes de seu grupo com objetivos políticos, encabeçada pelo Ministério Público de São Paulo. Até agora, não há condenações contra o tucano. Quase todos os processos contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foram suspensos ou arquivados.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.