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Na planície, PT busca solução caseira de marketing para voltar ao Planalto
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A crise na comunicação do PT é o principal reflexo da dificuldade que o partido está enfrentando em voltar a disputar votos na planície, mesmo tendo à frente seu maior líder e eterno candidato, Luiz Inácio Lula da Silva. Esse é o diagnóstico elaborado por petistas que já estiveram em praticamente todas as campanhas do ex-presidente e também por marqueteiros ouvidos pela coluna.
É justamente com base nesse diagnóstico que ganha força no PT a corrente que prega uma solução caseira para comandar a sexta caminhada presidencial de Lula. Na prática, significa apostar em Sidônio Palmeira como marqueteiro, com o auxílio de Otávio Antunes, ambos com bom conhecimento das idiossincrasias do partido, egressos de outras campanhas petistas e considerados de "perfil operário, porém criativo". Em linhas gerais, uma equipe mais aberta ao diálogo com a direção e que busque "fazer mais com menos".
Até o nome do veterano Paulo de Tarso Santos, um dos integrantes do time que marcou época na primeira campanha de Lula, em 1989, voltou a circular em meio à crise. Segundo um petista da velha guarda, é significativo que isso tenha acontecido por tratar-se de uma "espécie de paradigma criativo" na história do PT: baixo orçamento e soluções inovadoras.
No Planalto, o PT venceu três campanhas presidenciais, uma delas, com o próprio Lula, em 2006. Em todas, assim como em 2002, contou com estrutura portentosa de comunicação. Mas as lições do passado devem ser buscadas nas batalhas eleitorais anteriores, quando os recursos eram menores e precisavam ser compensados pelo peso da militância, pela inserção social, pela criatividade da equipe de comunicação, pela organização e pela performance de Lula. Até agora, quase nada disso apareceu em 2022.
Otávio, jornalista, deve comandar o marketing da campanha de Fernando Haddad ao governo de São Paulo neste ano. Ele seria a parte "operária" da dupla. A ideia é montar uma estrutura de comunicação unificada na capital paulista, responsável pelas duas estruturas, a estadual e a nacional.
O publicitário Sidônio, a parte "criativa" do projeto, foi responsável por campanhas de Jaques Wagner e Rui Costa na Bahia. O nome dele ganhou força no PT após o agravamento da crise que deve derrubar Augusto Fonseca, marqueteiro escolhido pela atual direção com aval do jornalista Franklin Martins, mas que está sob intenso processo de fritura.
Fonseca perdeu a confiança da atual direção, segundo apurou a coluna, porque teria deixado a desejar nas inserções levadas ao ar até agora. Uma ala do partido acha que ele não se empenhou em agradar a direção porque ainda não teria recebido os valores previstos no contrato. Porém, mesmo quem não compartilha dessa visão faz críticas às peças de publicidade partidárias que ele produziu, consideradas sem criatividade, sem esperança e até herméticas.
A escolha do marqueteiro ainda depende de uma solução para Franklin Martins, o principal alvo das críticas dos petistas. Ele bateu de frente com o partido como um todo e o desfecho da crise está nas mãos de Lula. Mesmo se ele permanecer no comando da comunicação, a direção do PT quer ter a palavra final na escolha de um marqueteiro, a menos que Fonseca considere mudar de postura e se abrir para "sugestões externas" ou até para um "comando compartilhado".
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