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Alberto Bombig

REPORTAGEM

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Bolsonaristas ignoram carta e comemoram pesquisa sobre disputa em SP

Lula (PT) e Bolsonaro (PL) - Ricardo Stuckert e Clauber Cleber Caetano/PR
Lula (PT) e Bolsonaro (PL) Imagem: Ricardo Stuckert e Clauber Cleber Caetano/PR

Colunista do UOL

11/08/2022 15h06

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Enquanto a Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito era lida na Faculdade de Direito da USP, a campanha de Jair Bolsonaro (PL) à reeleição e os mais fiéis aliados do presidente comemoravam o resultado da pesquisa Genial/Quaest que trata do cenário eleitoral em São Paulo.

De acordo como levantamento, Lula (PT) e Bolsonaro estão empatados tecnicamente no estado, o maior colégio eleitoral do país. O petista tem 37% das intenções de voto, enquanto o presidente tem 35%. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Como mostrou a coluna ainda em julho, a Quaest já havia detectado que Bolsonaro estava em viés de alta em São Paulo, enquanto Lula dava sinais de estagnação. Na visão dos bolsonaristas, esse resultado indica que a discussão sobre democracia é muito hermética para o eleitor médio e não reverte votos para Lula. Segundo eles, o presidente avalia que, nem em São Paulo, epicentro dos manifestos contra o golpismo de Bolsonaro, esse tema afetará sua intenção de voto.

O resultado foi considerado excelente por bolsonaristas ouvidos pela coluna porque mostra Bolsonaro retomando terreno no estado onde ele venceu com ampla vantagem em 2018. A expectativa entre o estafe da campanha presidencial é de que ele ultrapasse Lula em São Paulo quando o horário eleitoral de rádio e televisão entrar no ar, ainda neste mês.

O estado é considerado estratégico: se abrir vantagem sobre Lula em São Paulo, Bolsonaro poderá compensar uma eventual derrota no Nordeste, por exemplo. Nas regiões Sul e Centro-Oeste a disputa tende a ser apertada, com vantagem para o presidente, avaliam os estrategistas dele.

Entre os petistas o resultado foi lido com preocupação. Lula foi derrotado em 2006 por Geraldo Alckmin, então no PSDB, em São Paulo, por exemplo. O estado sempre foi considerado um terreno hostil para o PT. Esse sentimento se intensificou após a Lava Jato, entre 2014 e 2020.

A partir de agora, a ideia da campanha petista é focar ações em São Paulo e utilizar mais Alckmin em agendas em solo paulista.