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Alberto Bombig

REPORTAGEM

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Aumento da violência pode afugentar campanha espontânea por Lula, teme PT

Apoiadores de Lula se concentram nas proximidades dos estúdios da Band antes do primeiro debate presidencial da campanha - Herculano Barreto Filho/UOL
Apoiadores de Lula se concentram nas proximidades dos estúdios da Band antes do primeiro debate presidencial da campanha Imagem: Herculano Barreto Filho/UOL

Colunista do UOL

15/09/2022 15h17Atualizada em 15/09/2022 15h41

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A escalada da tensão política incorporou uma nova preocupação à campanha de Lula (PT), para além do risco à integridade física do ex-presidente, de seus assessores e apoiadores: a avaliação é de que parte do discurso de ódio dos bolsonaristas tem por objetivo intimidar a militância petista e evitar que ela ocupe as ruas com bandeiras, camisetas e outros adereços alusivos à campanha do ex-presidente na reta final das eleições.

Segundo pesquisa Datafolha, 7 em cada 10 pessoas dizem temer agressões por razão política. Conforme apurou a coluna, chegaram relatos à campanha de Lula de apoiadores e militantes que estão com medo de fazer campanha aberta pelo petista.

Em julho, um policial penal bolsonarista invadiu uma festa de aniversário e matou a tiros o guarda municipal e militante petista Marcelo Aloizio de Arruda, em Foz do Iguaçu (PR). Desde então, os casos de violência ligada à política vêm aumentando no país.

Em público, o discurso do PT é de que a militância do partido ficará ainda mais aguerrida se Jair Bolsonaro (PL) continuar a radicalizar sua pregação pelo armamento da população. Em privado, porém, há o reconhecimento de que o apoio dos simpatizantes de Lula menos engajados na vida partidária possa minguar diante do risco cada vez mais iminente de agressões verbais e físicas.

Há relatos na campanha de simpatizantes do PT que foram hostilizados nas ruas por estarem usando camisetas com estampa de Lula e adesivos petistas em veículos.

Para evitar que esse sentimento se propague, o PT e seus grupos de apoio na sociedade civil investirão em uma campanha para denunciar a violência bolsonarista nas redes sociais e cobrar das autoridades, principalmente estaduais, um reforça na segurança das eleições.