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Lula dinamita sonho do mercado e do empresariado de ver Alckmin na economia
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O discurso de Lula (PT) nesta quinta-feira (10) em Brasília foi mal-recebido por empresários e pelo mercado financeiro não apenas pelas críticas feitas pelo presidente eleito ao teto de gastos e à responsabilidade fiscal, mas por indicar que Geraldo Alckmin (PSB), ao menos por ora, não tem poder total na transição e sua participação nas discussões sobre os rumos da política econômica no novo mandato do petista será restrita.
Segundo a leitura de integrantes desse grupo ouvidos pela coluna, Lula fez questão de dizer que Alckmin não ocupará ministérios, dinamitando o que restava do sonho do mercado e de empresários de ver o ex-tucano na Fazenda ou no Planejamento. A segunda sinalização foi justamente a crítica ao teto de gastos e às políticas de austeridade fiscal, pilares da atuação do vice-presidente eleito até aqui.
Apesar dessa sinalização considerada ruim pelo mercado e pelo empresariado, a manutenção dos economistas Pérsio Arida e André Lara Resende na equipe de transição, como indicações de Alckmin, ainda geram alguma esperança de que o discurso de Lula tenha sido feito apenas "para dentro do partido", ou seja, para os setores do PT que estão desprestigiados até aqui no esboço do que virá a ser o terceiro governo do petista.
O pensamento econômico da dupla indicada por Alckmin é considerado um esteio na transição para o grupo que defende uma política fiscal responsável.
Em sentido contrário, a confirmação de Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda dos governos Lula e Dilma Rousseff, também teria esse mesmo objetivo de "falar para dentro do PT e da esquerda", segundo ouviu a coluna de um integrante da transição, e seria ainda uma forma de Lula prestigiar o companheiro de partido, antigo militante petista.
O certo, segundo apurou a coluna, é que não há qualquer atrito entre Alckmin e Lula. O vice deixou claro ao PT e a vários interlocutores ao longo da campanha que nunca pensou em assumir ministérios nem controlar a economia. Portanto, o discurso de Lula não foi entendido como intenção de desprestigiar ou desautorizar seu, principal coordenador da transição.
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