Fernando Collor, o sobrinho, reconcilia família, mas é derrotado em Maceió
Fernando Collor, sobrinho do ex-presidente e ex-senador Fernando Collor de Mello, conseguiu reconciliar a família, mas ficou longe de se eleger vereador em Maceió. Na votação deste domingo (6), ele teve apenas 569 votos, ficando na 126ª colocação. A Câmara da capital alagoana terá 27 vereadores a partir de 2025.
Fernando Lyra Collor foi candidato pelo PSB e, na reta final de campanha, teve apoio do tio, com quem vivenciou um momento histórico na quinta-feira: ele e sua mãe, a empresária Thereza Collor, fizeram as pazes 32 anos após o impeachment.
Sem mandato desde janeiro de 2023, após deixar o Senado, o ex-presidente votou no domingo ao lado do sobrinho e pediu votos para ele —inclusive citando seu número na urna na entrevista, o que não é permitido pela lei eleitoral.
Na entrevista antes de votar, falou que o candidato representava a continuidade da família —que não teve outros candidatos na capital.
Fernando Collor é um jovem com coração, tradição, intuição e vontade de fazer --e vai fazer um grande trabalho na Câmara de Vereadores. Ele é a continuidade e a reconciliação [da família]
Collor, o ex-presidente
Fernando (o sobrinho) não fez nenhuma postagem sobre o resultado, e a assessoria do candidato não respondeu ao pedido de entrevista feito pela coluna. O ex-presidente também não comentou.
A rixa
Thereza e Fernando Collor estavam afastados desde 1992, quando Pedro, irmão do ex-presidente e com quem Thereza era casada, fez denúncias que resultaram no processo de impeachment do então presidente. Pedro Collor morreu em 1994. No STF, Collor foi absolvido por falta de provas em 2014.
Junto com Fernando, os dois fizeram fotos abraçados e desfilaram na carroceria de uma camionete, no bairro do Vergel do Lago, onde historicamente Collor tinha uma das maiores votações. Lá eles pediram voto para o sobrinho do ex-presidente.
Thereza teve um papel importante à época do processo contra o ex-presidente, ao apoiar as denúncias que o marido fez contra o irmão. Seu destaque na mídia gerou até o apelido de "musa do impeachment".
Em janeiro, a coluna contou que Thereza e os dois filhos de Pedro Collor pediram à Justiça de Alagoas que o ex-presidente deixe de ser considerado sócio das empresas da família, a OAM (Organização Arnon de Mello), administradas por Collor.
O objetivo é evitar que a herança deixada por Pedro a Thereza e seus filhos seja usada para pagar dívidas milionárias do grupo de comunicação.
Advogada dos herdeiros de Pedro, Lindonice de Brito diz que, logo após a morte do marido, Thereza Collor fez um acordo para sair da sociedade, por saber que Pedro e Fernando tinham uma relação ruim. Mas o acordo nunca chegou a ser oficializado.
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