Amanda Cotrim

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Reportagem

Governo argentino libera comércio a vender produtos e serviços em dólar

Uma das promessas do presidente Javier Milei era dolarizar a economia argentina. Após um ano de governo, o Ministro da Economia, Luis Caputo, anunciou que a partir de hoje (17) o preço de bens e serviços poderá ser cobrado em dólar americano ou em outra moeda estrangeira.

Ainda segundo o Ministro da Economia da Argentina, a norma prevê que os estabelecimentos comerciais indiquem o preço por unidade e que ele seja compatível com o que será cobrado nos caixas das lojas. A iniciativa acompanha os regulamentos que permitem o pagamento com cartão de débito em dólar, autorizados pelo governo no mês passado.

Muitas dúvidas, no entanto, surgiram entre os argentinos, que passaram a se perguntar se os estabelecimentos podem se recusar a receber em peso argentino na hora do pagamento e se os comerciantes podem cobrar apenas em moeda estrangeira, sem a obrigação de cobrar em moeda nacional.

De acordo com o Ministro da Economia, o preço será exposto em pesos argentinos e em dólar, e outras moedas estrangeiras, e o consumidor vai escolher a moeda com a qual quer pagar.

"O cartão de débito vai debitar diretamente os pesos ou dólares de sua conta. Será o mesmo cartão para as duas moedas, ou seja, não haverá operação de câmbio. Claro que a pessoa terá que ter dólares na conta. Também poderá pagar via QR ou em parcelas", explicou o Ministro Caputo, em sua conta no X.

Nas redes sociais, uma onda de manifestações, desde pessoas apoiando a medida do governo até as que criticaram a determinação, já que a Argentina não tem dólares. "Pode cobrar o produto em dólar, mas os argentinos ganham em peso", ironizou um argentino.

O governo argentino esclareceu que a medida deve expor "o valor líquido dos produtos, sem a incidência dos impostos que impactam os preços, que devem ser acompanhados da legenda 'preço sem impostos nacionais'".

A iniciativa é opcional e não obrigatória. "É opcional, não imperativo. Quem quiser, poderá exibir o preço das coisas em dólares, junto com os pesos. A moeda legal é o peso. Todos os bens e serviços oferecidos têm que ter seu preço em pesos e também pode ser feito em dólares", explicaram fontes do governo à imprensa argentina.

Uma das maiores dúvidas dos argentinos é saber qual é a cotação do câmbio que será considerado, já que no país a maioria das transações econômicas são realizadas com a cotação informal, conhecida como câmbio blue, seja com o dólar ou mesmo com o real brasileiro.

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Dolarização informal já acontecia

O setor imobiliário também já está vivendo esse processo de dolarização. Em sites especializados, é comum encontrar um imóvel sendo anunciado na moeda americana. Alguns anúncios mostram duas opções de pagamento, em peso argentino e em dólar, outros apenas em dólar.

Em Buenos Aires e também nas cidades de fronteira com o Brasil, como Puerto Iguazu, é comum encontrar estabelecimentos comerciais dedicados ao turismo, que anunciam seus preços em até quatro moedas: dólar, euro, peso e real.

Na rua Florida, no centro da capital portenha, muitos brasileiros compram mercadorias e lembranças turísticas com o real. Os estabelecimentos mostram o valor na cotação do dia, usando geralmente o câmbio informal. Essa prática, no entanto, era limitada a alguns comércios turísticos. Agora, com a iniciativa do governo argentino, essa prática está autorizada em todos os estabelecimentos comerciais.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

27 comentários

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Jane Tadeu da Silva

Porque o Peso apesar de perder pro nosso Real, aqui estão criticando a nossa moeda, imagine ai então em crise, que a miséria aumentou depois que esse almofadinha virou presidente do país mais racista das Américas do nosso Continente, só que aqui os exportadores estão se beneficiando com essa alta, por isso que os empresarios do agronegocio estão quietinhos até agora.

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Marcus Vinicius Lopes Camacho Meyer

a Argentina já teve muitos MILAGREIROS  e ILUSIONISTAS e a dolarização da economia já foi tentada antes no final com igual FRACASSO como tantas outras EXPERIÊNCIAS 

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Francisco Camilo de Campos

Até agora Mileide só aumentou a quantidade de pobres na Argentina, 52,9% da população. Será rebatiza para MILEIZUELA.

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