Andreza Matais

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Opinião

As digitais de Jean Paul Prates na Petrobras de Magda Chambriard

A área política do governo identificou uma tentativa do ex-presidente da Petrobras Jean Paul Prates de tumultuar o processo de sucessão na empresa. Foram dois os movimentos que levantaram suspeitas de que Prates segue atuando nos bastidores.

O primeiro é a iniciativa de investidores internacionais de reeleger o conselho de administração da Petrobras, sob a alegação de que, com a mudança na presidência, o colegiado também deveria ser refeito.

O conselho é indicado pelo ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia), e o controle dos cargos foi um dos motivos de embate que ajudaram a afastar Prates. A iniciativa naufragou por 9 votos a 2. Uma reunião dos acionistas custaria à empresa cerca de R$ 4 milhões, segundo apurou a coluna. Além de uma troca gerar tumulto nesse momento de transição.

O segundo são os ataques ao chefe de gabinete da presidência da Petrobras, Danilo Silva, apelidado de "primeiro-ministro" por interlocutores de Prates. Executivos da Petrobras veem fogo amigo contra Silva por ele ter demonstrado isenção na queda de braço que levou à demissão de Prates. Silva tem o apoio da FUP (Federação Única dos Petroleiros), mas essa não é a única razão que deve preservá-lo. O novo comando só tem elogios à sua atuação nesse período de transição.

Desde que deixou a Petrobras, Prates tem circulado pelo Congresso, contrariando expectativas de que se isolaria durante a quarentena de seis meses, numa tentativa de conseguir se reposicionar. Fluente em inglês e francês, havia a expectativa de que ocupasse uma vaga em alguma embaixada.

No LinkedIn, ele provocou: "Foi presidente da Petrobras, conciliando interesses governamentais e expectativas dos investidores/acionistas. Sua gestão entregou o melhor resultado da história da companhia, sem receitas advindas da alienação de ativos estratégicos."

Dança das cadeiras

A nova presidente da Petrobras, Magda Chambriard, já tem o desenho da diretoria, mas guarda os nomes a sete chaves.

As apostas são de que ao menos dois diretores devem ser substituídos: Carlos Travassos (Engenharia) e Joelson Falcão (Exploração).

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Maurício Tolmasquim (transição energética) deve permanecer a pedido da ex-presidente Dilma Rousseff, de quem Chambriard é amiga. E o ministro Fernando Haddad (Fazenda) tenta manter Mário Spinelli na diretoria de governança. Spinelli trabalhou com Haddad na prefeitura de São Paulo e é o único nome ligado ao ministro na diretoria.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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