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OPINIÃO

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A crise viajou. É a hora de festejar a volta do Brasil ao mundo civilizado

Marcha do MST em Brasília - Divulgação
Marcha do MST em Brasília Imagem: Divulgação

Colunista do UOL

31/12/2022 13h13

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Que alívio! Parecia que esse dia não chegaria nunca mais, mas chegou.

Estamos livres dele. Às 14 horas e dois minutos desta sexta-feira, decolou de Brasília com destino aos Estados Unidos o jato da FAB, levando embora o presidente que declarou guerra ao país, desgraçou e atormentou a vida dos brasileiros nos últimos quatro anos e devolveu o Brasil ao Mapa da Fome. Nem vou mais citar o nome do covarde indigitado, que fugiu com medo da prisão.

Que não volte nunca mais, a não ser para pagar suas penas.

A crise viajou, deixando para trás um país dilacerado, rachado ao meio, empobrecido e aviltado, mas que não perdeu a vergonha na cara e soube preservar a democracia contra todos os ataques das hordas golpistas que fecharam estradas e cercaram os quartéis após a derrota.

Mas isso agora é passado, página virada de um dos capítulos mais tristes de nossa história.

Está na hora de começarmos a comemorar a chegada de um novo tempo, com um velho novo presidente, e a esperança renovada pela volta do Brasil ao mundo civilizado.

Que em cada casa, de cada rua, de cada bairro, de cada cidade, em todos os cantos desse nosso imenso país, as famílias reunidas encontrem motivos para celebrar a vida, o reencontro do Brasil consigo mesmo, dispostas a começar tudo de novo, com fé no seu taco e no futuro.

Nada será como antes, amanhã. Na página em branco de um novo ano, vamos nós escrever como foi possível reconstruir tijolo a tijolo a história desse nosso belo país.

"Venham para a posse. Quem perdeu fica quieto e quem ganhou faz uma grande festa popular", diz o convite de Lula, o presidente eleito pela terceira vez para a missão mais difícil da sua vida de retirante nordestino que não desiste nunca.

Em Brasília, a festa da posse começa às 10h da manhã do dia 1º, com um desfile das nossas tradições culturais, e prossegue durante todo o dia, com shows musicais de artistas para todos os gostos, que vão entrar pela madrugada do dia 2.

É hora de soltar o grito travado na garganta por tanto tempo, na festa adiada desde 2018, quando Lula foi preso pela Operação Lava Jato para não disputar a eleição presidencial daquele ano, que venceria com folga, segundo todas as pesquisas da época.

Ao sair da cadeia, 580 dias depois, estava mais forte do que quando entrou e, em nenhum momento, deixou de liderar novamente as pesquisas em 2022.

O exemplo dele deve servir de estímulo aos que entregaram os pontos neste tempo de trevas, para que levantem a cabeça, porque nossos sonhos de um país mais justo e feliz para todos foram apenas adiados.

O Brasil vai precisar da união e da força de todos os setores sociais, até dos que votaram no outro candidato, para se levantar dos escombros, o que levará bastante tempo, mas precisa começar logo depois que acabar a grande festa de domingo, que agora está garantida, sem medo de ser feliz.

Feliz Ano-Novo!

Vida que segue.