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Jogando o melhor do futebol brasileiro, Senegal goleia seleção órfã da CBF
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Parece até que as duas seleções trocaram as camisas antes do jogo começar.
Com um futebol vistoso e vigoroso, buscando sempre o gol, a seleção do Senegal lembrou os melhores momentos dos pentacampeões mundiais, que ficaram na saudade.
Burocrática e preguiçosa, a seleção brasileira da CBF e do interino Ramon, marcou o primeiro gol e parou de jogar, só vendo os senegaleses trocando passes rápidos, driblando e encantando a sua torcida em Portugal.
Os 4 a 2 do inesperado placar final foram até pouco pelo que os dois times jogaram. Escapamos de levar uma goleada histórica na segunda derrota contra uma seleção africana este ano.
Claro que não se pode culpar pelo vexame os jogadores e o interino, que apenas cumpriram o compromisso da data Fifa para a CBF encher mais seus cofres, enquanto se prepara para esperar por um ano (um ano!) pelo novo treinador, o italiano Carlo Michelangelo Ancelotti, 64, um dos 10 maiores técnicos da história do futebol, segundo o ranking divulgado pela France Football.
Seria uma maravilha se pudesse assumir a seleção brasileira, como quer a CBF, mas ele é técnico do Real Madrid, onde permanecerá pelo menos até a metade do ano que vem, já em plena disputa das eliminatórias da Copa do Mundo de 2026.
Nunca vi acontecer nada parecido com uma seleção nacional. Para completar, a CBF está pensando em contratar um outro interino para esquentar o banco, enquanto aguarda a chegada triunfal do técnico salvador da lavoura abandonada.
Com que moral esse outro treinador interino irá se apresentar aos milionários jogadores da seleção?
"Muito prazer, meu nome é Joaquim das Couves, não sei quanto tempo vou ficar. Me puseram aqui de interino e eu conto com a boa vontade de vocês para dar alegrias à torcida brasileira. Vou jogar as camisas para o alto e quem pegar primeiro será titular".
Nem que fosse o genial Gardiola em pessoa, se justificaria tamanha estupidez, que só serve para rebaixar ainda mais a autoestima do futebol brasileiro. O que diria disso o Nelson Rodrigues?
Para quem gosta de ver um futebol bem jogado, a alegria ficou por conta da atuação do incrível Sadio Mané. o baixinho da camisa 10, que faz o que quer com a bola, enfiou uma no ângulo, correu o campo todo, e não fica caindo à toa nem chorando a cada entrada mais forte dos zagueiros.
Depois desse jogo amistoso, o Brasil não pode ficar mais nem uma semana sem ter um técnico de verdade, nacional ou estrangeiro, tanto faz, mas que possa falar de igual para igual com os jogadores e impor seu plano de trabalho. No primeiro semestre do ano que vem, além das eliminatórias, temos a Copa América e um amistoso contra a Espanha.
Até lá, precisamos montar um time que não dependa só do talento individual de alguns jogadores.
Não é justo fazer isso com nossa seleção de tantas glórias e tradições, que já foi por muito tempo a melhor do mundo, mas deixou de ser desde 2002. De lá para cá, só coleciona derrotas, algumas vergonhosas.
Vida que segue.
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