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Carla Araújo

REPORTAGEM

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Defesa pressiona TSE e cobra informações técnicas para fiscalizar urnas

8.jun.22 - O ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira - Reprodução/TV Câmara
8.jun.22 - O ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira Imagem: Reprodução/TV Câmara

Carla Araújo e Paulo Roberto Netto

Colunista do UOL e do UOL, em Brasília

08/07/2022 18h40Atualizada em 08/07/2022 18h52

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O ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, enviou novo ofício ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) cobrando informações para subsidiar a fiscalização do sistema eleitoral. O documento, datado de 24 de junho, foi obtido pelo UOL e ainda não foi respondido pela Corte Eleitoral, segundo os militares.

No ofício, Nogueira pede "informações técnicas preparatórias acerca do processo eleitoral" e afirma que o objetivo é "esclarecer e conhecer" os mecanismos do processo eleitoral.

Entre as informações cobradas, estão dados sobre o processo do sistema de compilação, os servidores utilizados no recebimento dos boletins de urna e relatórios sobre o programa que realiza o sorteio do chamado teste de integridade, em que urnas são testadas em uma "votação paralela" realizada no dia da eleição.

Fontes militares ouvidas pela coluna demonstram preocupação com a demora da resposta da Corte e dizem que os dados solicitados são fundamentais para estudar o sistema eleitoral.

Durante a reunião ministerial do governo na terça (5), Nogueira relatou que encontra dificuldades para agendar uma reunião com o presidente do TSE, ministro Edson Fachin.

Os dois travaram uma troca de ofícios recentemente, com a Defesa pedindo uma "reunião técnica" com o TSE e, por outro lado, Fachin afirmando que já acolheu boa parte das sugestões e que as Forças Armadas estão contempladas no processo via Comissão de Transparência Eleitoral.

Bolsonaro e seus auxiliares têm disseminado teorias, sem fundamento nem provas, de que, ao lado de Fachin, os ministros do TSE Alexandre de Moraes, que presidirá a Corte durante as eleições, e Luís Roberto Barroso, que a comandava até pouco tempo atrás, estariam atuando para tentar eleger o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).