Topo

Carla Araújo

REPORTAGEM

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Exército apoiou antecipação da troca de comando para antes da posse de Lula

Do UOL, em Brasília

27/12/2022 20h23

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

A cúpula do Exército apoiou integralmente a decisão de antecipar a posse do novo comandante, general Julio Cesar Arruda, para a próxima sexta-feira (30).

A cerimônia, que está marcada para as 10h, no Clube do Exército, em Brasília, terá a presença do atual ministro da Defesa, general Paulo Sérgio, e do futuro titular da pasta, José Múcio Monteiro.

Segundo militares de alta patente ouvidos pela coluna, a presença de Paulo Sérgio na cerimônia tem o objetivo de demonstrar que, apesar das investidas do presidente Jair Bolsonaro de "apropriação" das Forças Armadas, os militares estão cumprindo o seu papel constitucional de instituição de estado.

A antecipação da data, conforme mostrou a coluna, foi acertada em reunião ontem de Paulo Sérgio e Múcio, na última segunda-feira.

Sinal de alerta

Foi consenso entre os militares que o atual comandante do Exército, general Marco Antonio Freire Gomes, deveria passar o bastão para o general Arruda antes da posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Segundo apurou a coluna, a avaliação feita por militares é de que, diante do aumento do receio de episódios de violência, é mais prudente que o Exército já esteja sob o comando do general escolhido por Lula.

Na caserna, há alertas com a segurança da posse do petista.

Futuro ministro em contato com a tropa

Múcio esteve nos últimos dias no Ministério da Defesa e também participou de uma reunião no Quartel General (QG), em Brasília.

O encontro contou com a presença dos generais Freire Gomes e Arruda, atual e futuro comandante do Exército.

Segundo fontes militares, o contato de Múcio com o atual comandante, que foi escolhido por Bolsonaro, ajuda a minimizar a versão de que Freire Gomes estaria resistindo a bater continência para Lula.

A ordem na caserna é que a transição mantenha o padrão das demais, como manda o protocolo militar. A expectativa é que a cerimônia seja restrita, com poucos convidados de fora das Forças Armadas.

Como é de praxe, o presidente da República é convidado. Bolsonaro ainda não confirmou se irá ou não participar.

Também ainda não há definição se o evento será aberto à imprensa.