Exército vai manter moradia, salário e plano médico mesmo com Cid afastado
Afastado e sem cargo no Exército, o tenente-coronel Mauro Cid vai continuar a receber seu salário de cerca de R$ 27 mil, manter sua moradia na vila militar e usar o plano de saúde de um oficial.
No sábado, o ministro do STF, Alexandre de Moraes, soltou Cid depois de homologar o acordo de delação premiada do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Após a decisão de Moraes, a cúpula do Exército se debruçou sobre as determinações do ministro e, como não há especificamente nada sobre os benefícios do militar, coube ao comandante do Exército, general Tomás Paiva, decidir que não haveria nenhuma mudança na questão remuneratória.
Segundo apurou a coluna, o comandante argumentou que se trata de uma decisão judicial cautelar e ainda não há uma condenação, ou seja, não é possível que o militar seja punido agora pelo Exército.
Nas palavras de um general: "mesmo afastado, Cid continua sendo um militar de alta patente". Não perdeu isso ainda. Se for condenado na Justiça civil, ainda terá que passar pela Justiça militar para perder a patente, por exemplo.
Cid deixou a sede do Batalhão da Polícia do Exército no último sábado e agora está usando uma tornozeleira eletrônica. Sem cargo e sem função, ele agora ficará agregado ao Departamento-Geral do Pessoal do Exército.
As pensões aos militares expulsos
Reportagem especial do UOL mostrou que militares que foram expulsos das Forças Armadas por cometerem crimes ou infrações graves são premiados com pensão vitalícia para suas famílias antes mesmo de sua morte.
O benefício é pago desde 1960, quando foi aprovada uma lei garantindo o direito às famílias de militares expulsos.
Entre os agraciados estão militares condenados por homicídio, tráfico internacional de drogas e tentativa de estupro de vulnerável.
Só no ano passado, mais de R$ 23 milhões foram pagos pelas Forças Armadas em pensões a famílias de militares expulsos. As pensões mensais variam de R$ 1.500 a R$ 33,4 mil brutos.
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