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PL investe mais em chapa em PE distante de 2º turno do que em Bolsonaro
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O Diretório Nacional do PL destinou mais recursos do fundo eleitoral para a campanha de Izabel Urquiza, candidata a vice-governadora em Pernambuco, do que para a campanha do presidente Jair Bolsonaro.
Segundo dados da prestação de contas do partido no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) até ontem, o partido de Bolsonaro destinou R$ 11 milhões para a campanha estadual ao governo de Pernambuco contra R$ 10 milhões para ele. A verba faz parte do fundo eleitoral, o chamado fundão.
Você pode consultar os valores recebidos e gastos por partidos ou candidatos no TSE.
O dinheiro do PL foi destinado à vice, mas foi computado como recebido e gasto por Anderson Ferreira (PL). A chapa bolsonarista que concorre em Pernambuco aparece numericamente apenas como o quinto colocado na corrida, segundo a mais recente pesquisa do Ipec, e deve ficar fora do segundo turno.
A princípio, não há nenhuma irregularidade em repassar dinheiro à vice, e não ao titular, porque, ao final, as prestações de contas são feitas conjuntamente e os custos são informados em um mesmo documento.
Mas, como os partidos precisam destinar 30% do fundão para candidatas mulheres, essa verba que vai para a campanha de Anderson Ferreira acaba sendo contabilizada como "cota feminina".
Ex-prefeito de Jaboatão dos Guararapes (na região metropolitana do Recife), desde o início da disputa, Anderson tem feito uma campanha ligada a Bolsonaro. Mas nunca conseguiu sair da segunda colocação, dividindo a posição com outros três nomes, numa das mais pulverizadas eleições do país.
Ipec do dia 27:
- Marília Arraes (Solidariedade) - 34%
- Raquel Lyra (PSDB) - 15%
- Miguel Coelho (União Brasil) e Danilo Cabral (PSB) - 13%
- Anderson Ferreira (PL) - 11%
Até a sexta-feira, Anderson havia informado ao TSE ter recebido um total de R$ 11,2 milhões em doações —99,8% desse valor repassado à sua vice pelo PL nacional.
A chapa informou gastos até aqui de apenas R$ 4,9 milhões (menos da metade do valor recebido), sendo R$ 1,3 milhão para produção dos programas de rádio e TV e R$ 817 mil para impressão de adesivos.
Segundo o TSE, a prestação de contas final das candidaturas deve ser feita até o 30º dia posterior às eleições. No caso, se ficar fora do segundo turno, isso deve ocorrer até o dia 1º de novembro.
Bolsonaro é exceção entre candidatos
Os repasses do PL chamam atenção quando comparados com outros partidos que têm presidenciáveis em 2022.
O PT, por exemplo, destinou R$ 87,9 milhões para a campanha de Luiz Inácio Lula da Silva até a prestação de contas na sexta-feira. São quatro vezes a mais do que o entregue ao candidato a governo que mais recebeu valores do fundo eleitoral —no caso, Fernando Haddad em São Paulo.
O alto valor a presidenciáveis também foi a tônica mesmo para nomes que têm menos intenções de voto, como demonstram as prestações de contas parciais de PDT, MDB e União Brasil.
Maiores repasses por partido de candidatos que pontuaram na última pesquisa Datafolha (em negrito, estão os nomes em disputa pela Presidência):
PT:
- Lula - R$ 87,9 milhões
- Fernando Haddad (SP) - R$ 19,5 milhões
PL:
- Izabel Urquiza (vice de Anderson Ferreira, PE) - R$ 11 milhões
- Jair Bolsonaro - R$ 10 milhões
PDT:
- Ciro Gomes - R$ 10 milhões
- Ana Paula (vice de Ciro Gomes) - R$ 6 milhões
MDB:
- Simone Tebet - R$ 16,5 milhões
- Hana Ghassan Tuma (vice de Helder Barbalho, no PA) - R$ 5,3 milhões
União Brasil:
- Soraya Thronicke - R$ 28,6 milhões
- ACM Neto (BA) - R$ 12 milhões
Também é curioso lembrar que, no último dia 20, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) reclamou da falta de dinheiro na campanha do pai à Presidência. Ontem, deputados do PL também reclamaram da falta de verba para suas campanhas. Alguns dizem até que estão fazendo a campanha no vermelho.
O PL mais do que dobrou de tamanho na janela partidária depois que deputados bolsonaristas decidiram seguir o presidente, que se filiou ao partido comandando por Valdemar Costa Neto em 30 de novembro de 2021.
Em julho, a primeira-dama Michele Bolsonaro também se filiou ao PL. A filiação ocorreu após dois dos filhos do presidente, o senador Flávio e o deputado federal Eduardo Bolsonaro, também entrarem na legenda.
A coluna tentou contato com a assessoria de imprensa do PL para que explicasse os critérios das doações, mas não obteve retorno até a publicação deste texto.
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