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Em 1 dia, PL de Bolsonaro perde 2 candidatos e única chance de vencer no NE
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O julgamento do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que sepultou a candidatura de Valmir de Francisquinho (PL), líder nas pesquisas de intenção de voto para o governo de Sergipe, acabou de vez com o sonho do partido do presidente Jair Bolsonaro (PL) em ter um nome eleito no Nordeste.
No mesmo dia e quase na mesma hora, outro nome do PL desistiu. O Coronel Diego Melo renunciou à disputa ao governo do Piauí para apoiar Sílvio Mendes (União Brasil), candidato do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP).
São contextos diferentes, que merecem explicações separadas. No caso de Sergipe, Francisquinho estava à frente com folga e até fazia contas para talvez vencer no primeiro turno (veja números abaixo).
Ele foi cassado por conta de uma associação da cor azul —usada quando Francisquinho era prefeito de Itabaiana— à campanha vitoriosa para deputado estadual do seu filho, Talysson de Valmir (PL). A cor era a marca de Francisquinho à frente da prefeitura.
A candidatura dele foi cassada em setembro pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral), e o PL sabia que o sonho de governar Sergipe poderia virar um pesadelo com a insistência no nome de Valmir de Francisquinho. Como cabia o último recurso no TSE, o partido continuou a luta, até ser dada a decisão final pelo plenário hoje.
Pesquisa Ipec de hoje:
- Valmir de Francisquinho (PL) - 40%
- Rogério Carvalho (PT) - 17%
- Fábio Mitidieri (PSD) - 17%
- Delegado Alessandro Vieira (PSDB) - 7%
- Niully Campos (PSOL) - 2%
- Prof. Aroldo Félix (UP) - 1%
- Elinos Sabinos (PSTU): - 1%
- Dr. Cláudio (DC) -1%
- Brancos e nulos - 6%
- Não soube ou não respondeu - 9%
Segundo Fernanda Rios Petrarca, do Departamento de Ciências Sociais da UFS (Universidade Federal de Sergipe), Valmir de Francisquinho optou por fazer uma campanha com ele como destaque, sem dar margem para indicar outro nome, caso fosse necessária a substituição.
"O TRE já havia emitido uma decisão [em 8 de setembro] solicitando que a chapa retirasse o nome de Valmir e indicasse um outro, deu um prazo para isso. E eles decidiram não indicar ninguém. O grupo não parece ter um nome para sucessão nesse momento", diz.
A estratégia de Valmir foi disputar enquanto ele pudesse, tendo em vista todas as instâncias a que ele poderia recorrer."
Fernanda Rios Petrarca, da UFS
O TRE de Sergipe informou, em nota, que não há tempo hábil para retirar o nome e foto de Valmir de Francisquinho das urnas, então os votos dados a ele serão considerados nulos.
Com a saída às vésperas da votação, Petarca diz que o cenário se torna imprevisível, mas diz ver o Delegado Alessandro (PSDB) como o maior prejudicado de momento. "Ele é quem poderia disputar esse eleitor e tentar ir a um segundo turno. Porém, a quatro dias das eleições, fica difícil recuperar esse eleitorado."
Piauí e a ligação esperada
No caso do Piauí, o Coronel Diego era o candidato que defendia Bolsonaro no estado, mas nem conseguiu o apoio dele. O presidente, em vídeo, pediu votos para Sílvio Mendes.
Diante de uma alta impopularidade de Bolsonaro no estado, a candidatura do coronel parece, contudo, ter cumprido um papel importante: puxar para ele o fardo de ser o candidato do chefe do Executivo federal e tira esse peso dos ombros de Mendes —a vice dele é a ex-mulher de Ciro Nogueira, Iracema Portella (PP).
A renúncia ocorre um dia após o último debate entre os candidatos ao governo do Piauí —o evento teve um pedido inusitado da concorrente Lourdes Melo (PCO): que o coronel entregasse a arma que portava no estúdio da TV. Em todos os debates, ele sempre focou seus ataques no candidato Rafael Fonteles (PT).
A justificativa oficial do coronel para desistir e apoiar Mendes foi entender que ele seria a única "possibilidade real de acabar com a continuidade do governo do PT no Piauí".
"A aproximação do coronel com Sílvio Mendes já era conhecida", afirma a cientista política Olívia Perez, professora da UFPI (Universidade Federal do Piauí), que havia citado anteriormente que a candidatura de Diego afastaria a pecha do bolsonarismo do candidato de Ciro Nogueira. "O Bolsonaro tem uma rejeição forte no estado, por isso a candidatura de Mendes tem tentado se descolar dele."
Segundo Perez, a decisão torna ainda mais difícil que a disputa para governador do Piauí vá ao segundo turno. "Não há um terceiro candidato bem posicionado na corrida eleitoral", lembra.
Na última pesquisa Ipec, divulgada no dia 2, Diego tinha apenas 2% das intenções de voto, empatado tecnicamente com outros seis candidatos.
- Silvio Mendes (União Brasil) - 38%
- Rafael Fonteles (PT) - 23%
- Gessy Lima (PSC) - 3%
- Coronel Diego Melo (PL) - 2%
- Geraldo Carvalho (PSTU) - 2%
- Gustavo Henrique (Patriota) - 2%
- Lourdes Melo (PCO) - 1%
- Madalena Nunes (PSOL) - 1%
- Ravenna Castro (PMN) - 1%
- Brancos e nulos - 10%
- Não sabe ou não respondeu - 17%
Não causa nenhum espanto esse apoio do coronel a Sílvio Mendes, mas ele pode ajudar a dar a vitória para ele no primeiro turno."
Olívia Perez, da UFPI
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