Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.
STF tende a manter federações partidárias na eleição, mas discutirá prazo
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
As federações partidárias, grande mudança das eleições deste ano, devem ser mantidas pelo plenário do STF (Supremo Tribunal Federal). Está marcado para 3 de fevereiro o julgamento da ação do PTB que questiona a regra. Segundo lei aprovada pelo Congresso Nacional, dois ou mais partidos podem se unir por quatro anos, como se fossem uma só legenda.
Pelo novo modelo, as federações escolhem e registram um único candidato para eleições majoritárias (presidente, governador, prefeito e senador) e proporcionais (deputados e vereadores).
O número de votos das federações serve para o cálculo da cláusula de desempenho. Na prática, a regra salva pequenas legendas que, sozinhas, poderiam ser alvejadas pela cláusula de barreira. Juntas, as legendas também somam os recursos do Fundo Eleitoral e o tempo de rádio e TV.
Se, por um lado, ficam imunes à cláusula de barreira, pequenos partidos podem engolidos pelos maiores. Isso porque, no processo de escolha dos candidatos, os menores ficariam em desvantagem e teriam de chancelar os quadros das legendas maiores.
A tendência do STF no julgamento de fevereiro é legitimar as federações e manter a liminar concedida pelo relator, Luís Roberto Barroso, em dezembro. Barroso deu prazo até 1° de março para o registro das federações. O prazo fixado originalmente pelo Congresso Nacional era julho.
Segundo o ministro, as federações devem ser oficializadas junto com o registro dos candidatos. Dessa forma, ficaria mais claro para os eleitores quais partidos estão apoiando as candidaturas.
Depois da decisão do relator, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) confirmou a regra. Entre os onze ministros do STF, além de Barroso, outros dois também integram o TSE e se manifestaram a favor das federações: Edson Fachin e Alexandre de Moraes. Em fevereiro, Fachin assumirá a presidência do TSE no lugar de Barroso. Em agosto, Moraes comandará a Corte.
Ontem, partidos políticos procuraram o TSE para pedir mais prazo para o registro das federações. Segundo representantes do PT, PSB, PC do B e PV, a data escolhida por Barroso é muito próxima e não daria tempo para concluir as negociações entre as legendas. Eles querem manter o prazo para julho, como decidiram os parlamentares.
No STF, há ministros que concordam com Barroso - que, por sua vez, deve defender o mesmo entendimento ao votar. Por outro lado, existe uma ala no Supremo que concorda com a queixa dos partidos - justamente os ministros que mantêm mais contato com o mundo político.
Esse ponto deve gerar discussões no plenário da Corte e será fundamental para a dinâmica das campanhas deste ano. Se o tribunal mantiver a liminar de Barroso, os partidos precisarão acelerar as negociações entre si. Caso contrário, as legendas definirão as federações depois das candidaturas registradas - o que muda totalmente o cenário político.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.