Judiciário promete semestre difícil para Bolsonaro e apoiadores

O segundo semestre do Judiciário ainda nem tinha sido oficialmente inaugurado com o discurso do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luiz Fux, quando Alexandre de Moraes mandou prender, nesta segunda-feira, Ivan Fonte Boa Pinto. Investigado por ameaças a ministros da Corte e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o homem é suspeito de integrar organização criminosa com o objetivo de desestabilizar instituição republicanas e atentar contra o Estado Democrático de Direito.

O decreto de prisão contra um apoiador do presidente Jair Bolsonaro logo no primeiro dia do semestre é uma mostra de que Moraes vai responder de forma dura a esse tipo de atitude - seja no Sete de Setembro, seja na campanha eleitoral. Em 16 de agosto, o ministro assume a presidência do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Moraes vai fazer parceria com Rosa Weber, que assumirá a presidência do STF em setembro. Embora seja menos afeita a declarações públicas do que o colega, Weber também tem atuado de forma firme contra ameaças do presidente Jair Bolsonaro ao Poder Judiciário e ao sistema eleitoral. Com os perfis opostos dos ministros que vão presidir as cortes, a tendência é o TSE ter mais protagonismo neste semestre do que o Supremo.

Além de presidir o TSE, Moraes continuará conduzindo, no STF, os inquéritos mais caros ao Palácio do Planalto: o das fake news e o dos atos antidemocráticos. O ministro tem conduzido as apurações com firmeza. Ao todo, o presidente responde a cinco inquéritos no Supremo.

Rosa Weber, por sua vez, é a relatora do pedido de investigação a Bolsonaro em razão da reunião com embaixadores estrangeiros. Na ocasião, o presidente fez críticas ao sistema eleitoral do país. Caberá a ela decidir se abre ou não inquérito contra Bolsonaro.