Barroso prevê 'mar agitado' com mais um ano de investigação sobre fake news
O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, disse que o inquérito das fake news, instaurado em 2019 para apurar a disseminação de notícias falsas e ataques aos ministros da Corte, tinha previsão para ser encerrado no fim deste ano, mas precisou ser prorrogado após o ataque com bombas na frente do tribunal.
Segundo ele, a expectativa é que o procurador-geral da República Paulo Gonet apresente denúncias contra investigados no início do próximo ano. A partir de então, seriam iniciadas ações penais e, com elas, uma nova etapa das investigações, que poderá consumir boa parte de 2025.
"O inquérito está demorando porque os fatos se multiplicaram ao longo do tempo. Um mês atrás, era previsto que o material estaria com a PGR e que no início do ano que vem o caso chegaria ao fim. Agora, os dados estão com a PGR. Mas, mesmo que ele apresente uma denúncia, será preciso instruir todas essas ações penais", explicou.
"Tenho expectativa de que, com as denúncias, o inquérito vai se transformar em ação penal. Ou seja, nós vamos ter um mar ainda um pouco agitado ao longo do próximo ano, pelo menos uma boa parte do próximo ano", afirmou.
Barroso admitiu que o inquérito teve duração atípica, mas considerou o instrumento fundamental para restituir a normalidade ao país. "O inquérito foi decisivo para salvar a democracia no Brasil, nós estávamos indo para o abismo. Foi atípico, mas, olhando em perspectiva, foi necessário e indispensável para enfrentarmos o extremismo no Brasil", disse.
"Eu acho que o Brasil recuperou a normalidade institucional. Do ponto de vista da normalidade institucional, o Brasil está tão bem quanto poderia estar", concluiu.
As declarações foram dadas à imprensa em um evento no qual o ministro fez um balanço das atividades do STF em 2024.
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