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Candidatos disputam voto feminino a tapa. Ou quase isso.
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O primeiro debate de candidatos a presidente da República foi uma mostra de que o voto feminino é disputado a tapa. Ou quase isso. Jair Bolsonaro (PL) se envolveu em algumas saias justas durante o programa. A julgar por seu desempenho nas respostas, é pouco provável que o mandatário tenha conseguido capitanear mais aprovação feminina na noite deste domingo.
O voto das mulheres é um nicho importante para Bolsonaro. Apesar do crescimento do apoio feminino a Bolsonaro, o último DataFolha ainda mostra Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à frente do segmento. A diferença entre Lula e Bolsonaro, que é de 15 pontos percentuais na média do eleitorado, é de 18 pontos entre as mulheres (47% a 29%) e cai para 11 pontos entre homens (46% a 35%).
O bate-boca entre Bolsonaro e Ciro Gomes (PDT) foi o mais contundente na disputa pelo apoio das mulheres neste domingo. O ex-governador do Ceará criticou a política do governo para esse público. Aproveitou para lembrar de quando Bolsonaro comemorou ter tido quatro filhos e, na última, veio uma mulher - chamada pelo governante de "fraquejada".
Bolsonaro disse que já pediu desculpas pelo episódio e fez questão de mencionar que Ciro, há 20 anos, afirmou: "A minha companheira tem um dos papéis mais importantes, que é dormir comigo. Dormir comigo é um papel fundamental". O pedetista também disse que já se desculpou pelo episódio. A batalha terminou empatada.
Em outro trecho do debate, Simone Tebet (MDB) perguntou a Bolsonaro: "Por que tanto ódio a mulheres?" O presidente disse que gosta de mulheres - mas que, se porventura, alguma fizer algo errado, precisa ser punida. "Chega de vitimismo, somos todos iguais", afirmou. Disse também :" A grande parte das mulheres no Brasil me ama", por defender a família e ser contra as drogas. "Não fica aqui fazendo joguinho de mimimi", completou.
O auge do debate no quesito mulheres, no entanto, foi quando a jornalista Vera Magalhães fez uma pergunta a Bolsonaro. O presidente não gostou e disse a ela: "Você é uma vergonha para o jornalismo". Por longos quinze minutos, nenhum candidato saiu em defesa da jornalista diante das câmeras. Coube a Tebet a primeira manifestação. Foi seguida por Ciro e Lula mais à frente.
Logo depois de defender Vera, Lula fez as pazes em público com sua sucessora, Dilma Rousseff (PT). Encheu a boca para dizer que apoiou a petista e considerou injusto "derrubar uma mulher por causa de uma pedalada". Antes, lembrou que indicou uma mulher para o STF (Supremo Tribunal Federal), a ministra Cármen Lúcia. Disse que nomearia muitas outras, e que o Supremo poderia ter maioria feminina.
Ao longo do debate, as senadoras Simone Tebet e Soraya Thronicke (União-MS) agiram como aliadas. Perguntaram uma para outra diversas vezes, sempre em tom elogioso. Aproveitaram para levantar pautas femininas ao longo do programa. Se é o início de uma aliança futura, não tem como dizer. Ainda assim, mesmo que juntem suas candidaturas, as chances de ambas são nulas nas urnas: Tebet tem 2% no último DataFolha e Thronicke não pontuou.
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