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Militares não procuram TSE para comentar resultado do teste nas urnas
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Foram meses de pressão e, em 13 de setembro, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) resolveu ceder. A pedido das Forças Armadas, a Justiça Eleitoral concordou em realizar um teste na urna eletrônica com a biometria de eleitores reais no mesmo dia da votação. O presidente do tribunal, Alexandre de Moraes, deu ontem entrevista coletiva à imprensa para anunciar o resultado do experimento: as urnas eletrônicas registraram fielmente os votos digitados nos equipamentos.
Até ontem, nenhum militar tinha procurado o TSE para comentar o relatório final do teste, ou para pedir audiência com Moraes para tratar do assunto. O Ministério da Defesa não deu prazo de quando e se faria isso.
No domingo, a Justiça eleitoral destinou 640 urnas ao teste de integridade, parte delas com biometria. Os equipamentos foram usados em seções eleitorais de cinco capitais de estados e no Distrito Federal. Eleitores foram convidados a participar do teste. “Como só poderia acontecer, todas as urnas conferiram os votos dados com os votos dados em papel”, disse ontem Moraes na coletiva.
O pedido das Forças Armadas do uso da biometria nas urnas destinadas ao teste de integridade foi feito ao TSE no início do ano, quando Edson Fachin presidia a corte. O ministro disse que não seria possível colocar o teste em prática neste ano, por dificuldade técnica e de logística, mas prometeu que o tribunal faria isso no futuro.
Depois que tomou posse na presidência do TSE, em agosto, Moraes se comprometeu com a realização do teste. Seria uma tentativa de apaziguar a relação entre a Justiça Eleitoral e as Forças Armadas. Ontem, fontes no tribunal estranharam o silêncio dos militares depois de divulgado o resultado do teste.
Se no primeiro semestre o TSE resistiu em concordar com a exigência dos militares, nas vésperas da eleição os integrantes da corte trocaram de tática. A ideia era dar corda para as Forças Armadas testarem o processo eleitoral à exaustão, na esperança de não ser encontrada nenhuma falha. O resultado seria usado como propaganda da credibilidade do sistema de votação.
Outra consequência seria fazer os militares admitirem publicamente que a urna eletrônica é confiável. Essa parte do plano, no entanto, ainda não foi concretizada.
Existe expectativa não só no Judiciário, mas no meio político, que o presidente Jair Bolsonaro, em caso de derrota, culpe a urna eletrônica e o sistema de apuração de votos. Diante do resultado do teste pedido pelas Forças Armadas, esse discurso perderia força.
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