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Carolina Brígido

REPORTAGEM

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"Meus amigos não me chamam de Xandão", revela Alexandre de Moraes

O ministro Alexandre de Moraes, do STF e do TSE - Carlos Moura/SCO/STF
O ministro Alexandre de Moraes, do STF e do TSE Imagem: Carlos Moura/SCO/STF

Colunista do UOL

13/06/2023 14h06Atualizada em 13/06/2023 19h40

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Popularmente conhecido como Xandão, o ministro Alexandre de Moraes lembrou que nem sempre foi assim. A uma plateia seleta, contou que, antes da fama, o filho, que também é Alexandre, era o dono do apelido na família.

"Eu tenho três filhos, um se chama Alexandre e, desde menino, o apelido dele era Xandão. Ele até brincou comigo: 'Ué, roubou meu apelido?' Nunca ninguém me chamou de Xandão, amigos íntimos também não. Mas ficou para o bem e para o mal, né. Quem critica e xinga fala Xandão, quem elogia fala Xandão também. Tudo bem, não tem problema", disse nesta terça-feira (13) no evento "Encontros Piauí", organizado pela revista Piauí.

Antes disso, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) ressaltou: foi o ex-deputado Roberto Jefferson, preso por atacar ministros do STF, o responsável por fazer pegar a alcunha.

Moraes disse não se incomodar com os holofotes, que vieram a reboque da relatoria dos processos mais midiáticos do país: o das fake news, o que apura atos antidemocráticos, os inquéritos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e, por fim, as 1.300 denúncias decorrentes dos atos de 8 de janeiro. Somado a isso, Moraes preside o TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

"Os casos foram sendo distribuídos a mim. Injustamente, dizem que me foram dados. Quem olha de fora, acha que eu quis pegar tudo. Eu não ganho mais por causa disso, trabalho mais, sou vigiado 24 horas por dia. Bom não pode ser. Mas não me incomoda", declarou.

Diante das perguntas dos jornalistas Carol Pires e Felipe Recondo, Moraes reforçou sua ideia de que é preciso garantir as liberdades individuais, mas com responsabilização pelos excessos. Disse que, com o arcabouço jurídico existente hoje no Brasil, é possível fazer isso.

O ministro sabe que, mesmo com a segurança reforçada e depois do enquadramento penal de quem atacou o Supremo nos últimos anos, ele ainda é um alvo potencial de extremistas. Revelou que se comunica de forma lacônica pelo celular: "Eu não confio em WhatsApp", confidenciou, bem humorado.

Ainda mais agora, que o TSE se prepara para julgar o ex-presidente Jair Bolsonaro por supostos abusos cometidos na campanha do ano passado. Moraes afirmou que não escolheu o momento ideal para pautar o processo, apenas mandou para o plenário quando o relator, ministro Benedito Gonçalves, liberou a ação.

"O TSE julga o que chega. O tribunal vai cumprir sua missão. Tudo é julgado. Entrou na vala comum. Tudo que é liberado é pautado, não há escolha de caso", afirmou.

Apesar de serem consideradas polêmicas em parte do meio jurídico, as decisões de Moraes costumam ser legitimadas no plenário do STF. No TSE, ele também tem obtido vitórias em julgamentos. O ministro não antecipou seu voto no processo contra Bolsonaro, mas deu sinais de que está confiante.

"Eu sou sempre confiante nos meus votos. Às vezes a gente ganha; às vezes, perde. Faz parte do colegiado", disse.