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Carolina Brígido

REPORTAGEM

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Na véspera do julgamento de Bolsonaro, advogados fazem apelo final ao TSE

O advogado Tarcísio Vieira de Carvalho, que defende Jair Bolsonaro, já foi ministro do TSE - Daniel Teixeira/Estadão Conteúdo
O advogado Tarcísio Vieira de Carvalho, que defende Jair Bolsonaro, já foi ministro do TSE Imagem: Daniel Teixeira/Estadão Conteúdo

Colunista do UOL

21/06/2023 11h00Atualizada em 21/06/2023 11h11

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Walber Agra, autor da ação contra Jair Bolsonaro (PL), e Tarcísio Vieira de Carvalho, defensor do ex-presidente, dedicaram os dois últimos dias antes do julgamento para fazer apelos finais aos integrantes do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Ontem e hoje, os dois advogados foram recebidos em audiência pelos ministros para entregar memoriais — uma peça jurídica com o resumo dos argumentos apresentados na ação.

Agra ressaltou nos encontros que não se trata apenas de um encontro com embaixadores — evento em que Bolsonaro atacou a credibilidade do sistema eleitoral e que embasou a ação que pode tornar o ex-presidente inelegível. Segundo ele, Bolsonaro cometeu quatro crimes na reunião: desordem informacional, abuso do poder político, conduta vetada e uso indevido dos meios de comunicação.

Ainda segundo o advogado, Bolsonaro perpetrou tentativas sistêmicas de ataque à democracia. "Ele fez isso ao menos 21 vezes", disse à coluna.

Tarcísio Vieira de Carvalho disse à coluna que fará aos ministros nas audiências "uma espécie de suma das questões jurídicas a serem exploradas na defesa oral de quinta-feira". E completou: "A ideia é uma exposição completa, embora sintética".

O julgamento vai começar amanha (22) com a leitura do relatório do ministro Benedito Gonçalves, com cerca de 460 páginas. A estimativa é que isso ocupe uma hora e meia da sessão. Em seguida, o advogado do PDT, Walber Agra, fará sustentação oral por 15 minutos. O próximo a se manifestar, pelo mesmo tempo, será o advogado de Bolsonaro. Por fim, o vice-procurador-geral eleitoral, Paulo Gonet Branco, fará uso da palavra.

Os votos dos sete ministros do tribunal só serão ouvidos a partir da sessão do dia 27. A tendência é que o julgamento leve, ao todo, três sessões, com término previsto para o dia 29.

Caso seja necessário, será convocada uma sessão extraordinária, para que o julgamento seja concluído ainda neste semestre. Em julho, o Judiciário estará em recesso.