Juiz que condenou hacker da Vaza Jato coleciona decisões polêmicas
Não é a primeira vez que juiz Ricardo Augusto Soares Leite, da 10ª Vara Federal Criminal de Brasília, ocupa os holofotes. Nesta segunda-feira (21), ele condenou o hacker Walter Delgatti Netto, por ter invadido o celular de autoridades em 2019. Em 2018, o magistrado proibiu Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de deixar o país e determinou que o petista entregasse o passaporte à Polícia Federal.
A decisão atendeu a pedido do Ministério Público Federal, que viu risco de o ex-presidente fugir do país para escapar da condenação no caso do triplex no Guarujá (SP) e de responder a outros processos na Justiça. O PT considerou a decisão "perseguição política" à época.
Em maio de 2017, Ricardo Leite determinou a suspensão das atividades do Instituto Lula, com o argumento de que a instituição poderia ser usada como local de encontro para a prática de crimes. A decisão foi tomada por conta própria, sem que houvesse pedido do Ministério Público, como é a prática no Judiciário.
Em 2015, procuradores do MPF pediram que o juiz Ricardo Leite fosse afastado dos processos da Operação Zelotes após o juiz negar pedidos de prisão e medidas da investigação feitos pelos Ministério Público. Na época, Leite afirmou que atuava com independência.
A Operação Zelotes investigou a existência de um esquema de sonegação e corrupção no Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais) que teria beneficiado empresas privadas com a anulação de multas fiscais.
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