Lula manda recado ao STF: 'Ministro não tem que ficar dando entrevista'
No dia seguinte ao jantar organizado para estreitar os laços com ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu uma declaração com potencial para promover o contrário: "Um ministro da Suprema Corte não tem que ficar dando entrevista, não tem que ficar dando palpite sobre os votos. Ele fala nos autos do processo e é isso que interessa a quem recorre à Suprema Corte".
A afirmação foi feita na abertura da reunião ministerial desta quarta-feira (20), em tom de conselho ao ministro da Justiça, Flávio Dino, que tomará posse como integrante do tribunal em 22 de fevereiro.
Em contradição, no mesmo discurso, Lula empregou uma conotação política ao se referir ao cargo de ministro do tribunal. Primeiro, em um ato falho, afirmou que Dino foi "eleito" para o Supremo. Depois, ao lembrar que a oposição se refere a Dino como primeiro integrante comunista do tribunal, afirmou:
"Espero que seja um comunista do bem. Que tenha amor, carinho e, sobretudo, que seja justo, porque ali não pode prevalecer apenas a visão ideológica. Só tem uma coisa que você não pode, que é trair o compromisso com o povo brasileiro e o compromisso com a verdade".
Ainda em tom de palanque, o presidente finalizou: "Eu estou confiante que você será motivo de orgulho para o nosso país."
Dino permanecerá à frente do Ministério da Justiça até o dia 8 de janeiro, quando haverá atos oficiais para lembrar o primeiro aniversário dos ataques golpistas sofridos na Praça dos Três Poderes.
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