Carolina Brígido

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Página virada: Barroso e Lewandowski não mencionam 8/1 nos discursos

Nem Ricardo Lewandowski, na posse como ministro da Justiça, nem Luís Roberto Barroso, na cerimônia de abertura do ano no STF (Supremo Tribunal Federal), mencionaram os ataques à praça dos Três Poderes no 8 de janeiro do ano passado. Trataram como página virada.

Em um trecho do discurso, Barroso afirmou: "Eu não preciso gastar muito tempo nem energia falando de democracia, porque as instituições funcionam na mais plena normalidade".

Na abertura do ano do Judiciário de 2023, a sessão foi totalmente dedicada ao 8 de janeiro, com apresentação de um filme sobre os atos golpistas e discursos contundentes. Sob a presidência de Rosa Weber, o plenário do STF foi reconstruído em tempo hábil para o início das atividades do Supremo, que acontece sempre no primeiro dia de fevereiro.

Na primeira sessão do ano no Supremo, coube ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), lembrar a tentativa de golpe e a superação do evento pelas instituições. "As coisas parecem estar voltando à normalidade", afirmou.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, último a discursar, lembrou a fala do deputado Eduardo Bolsonaro, que disse em vídeo que era preciso apenas um cabo e um soldado para fechar o STF. Lula lembrou que a multidão chegou no ano passado com "paus e pedras" e não conseguiram fazer isso.

O presidente do STF aproveitou a ocasião para minimizar, de forma indireta, os atritos entre a Corte e o Congresso Nacional ao longo do ano passado. Ao anunciar o discurso de Pacheco, ressaltou: "Somos imunes a intrigas".

Segundo Barroso, não seria preciso falas da separação dos Poderes porque, "embora independentes e harmônicos, convivemos de maneira extremamente civilizada e respeitosa".

Lewandowski tomou posse no novo cargo com discurso sobre os desafios da pasta. O ministro integrava do STF na época dos ataques. O então ministro da Justiça, Flávio Dino, esteve à frente da reação do governo contra a tentativa de golpe.

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Nesta quinta-feira (1º), quando passou o cargo para Lewandowski, Dino também não mencionou o 8 de janeiro.

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