Transformaram porteiro, que era testemunha, em investigado, critica Witzel
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Na guerra declarada com o governo federal, o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), apontou sua artilharia para um novo inimigo: o ministro da Justiça, Sergio Moro. Hoje, depois de anunciar que vai processar o presidente Jair Bolsonaro por tê-lo acusado de manipular a polícia no caso Marielle, o governador criticou Moro por pedir abertura de inquérito contra o porteiro do condomínio Vivendas da Barra. Foi ele que, em depoimento à polícia, disse que Élcio Queiroz, um dos acusados pela morte de Marielle Franco, anunciou que ia à casa de "seu Jair", no dia do assassinato.
"Esse inquérito instaurado, no meu ponto de vista, é indevido", atacou Witzel, que é juiz federal aposentado. "Pegaram uma testemunha para transformar em investigado por calúnia na Lei de Segurança Nacional, por obstrução de justiça e organização criminosa, que nem é o caso, porque o que está se investigando não é organização criminosa. E ainda por cima o crime de falso testemunho, algo que se apura só no final, quando o juiz dá a sentença e há evidências disso".
Depois de listar as barbeiragens no procedimento, apontou o responsável: "É um inquérito requisitado pelo ministro da Justiça, a meu ver absolutamente indevido". O governador disse que Moro faz afirmações "levianas, de que há indícios de fraudes na condução do processo", que está em segredo de Justiça. "Eu não tive acesso, acredito que o ministro da Justiça também não teve acesso. E se teve acesso, está falando além do que ele deveria falar. É preciso que as coisas sejam restabelecidas", reclamou.
Depois de passar de testemunha a investigado, o porteiro depôs à Polícia Federal na terça-feira 19. Curiosamente, mudou a versão inicial e tirou Jair Bolsonaro do imbroglio.
O governador atribuiu os arroubos de Bolsonaro contra ele ao fato de a família presidencial estar na mira de investigações. "Não posso tentar manipular a polícia para impedir que investigações sejam realizadas. Não importa contra quem quer que seja. Se o Flávio Bolsonaro está sendo investigado, se esse processo do caso Marielle tem um fato que envolve a casa do presidente, isso não compete a mim", afirma. Witzel diz que os esforços agora são para identificar o mandante do crime. "A Polícia Civil está no caminho, a federalização não é necessária. A própria família da Marielle pediu para que a investigação continue no Rio de Janeiro".
A declaração do presidente contra o governador fluminense foi dada depois que o jornalista Kennedy Alencar informou que outro filho, Carlos Bolsonaro, estaria sendo investigado no caso do assassinato de Marielle e seu motorista, Anderson Gomes.
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