Carlos Fernando, ex-Lava Jato, defende Moro: "Não vai viver de luz do sol"
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O procurador aposentado Carlos Fernando dos Santos Lima, que se destacou como um dos líderes da força-tarefa da Operação Lava Jato, avalia que não há nada de antiético ou inadequado no novo emprego do ex-juiz Sergio Moro. No domingo, Moro anunciou que será um dos sócios-diretores da consultoria norte-americana Alvarez & Marsal, empresa que atua como administradora judicial do Grupo Odebrecht. A empreiteira foi condenada por ele em várias ações, o que levantou questionamentos sobre se a decisão do ex-juiz feriu ou não a ética.
"É uma falsa discussão, não vejo ligação da atividade dele com a administração da Odebrecht", disse Carlos Fernando, em resposta à coluna. "É um escritório de consultoria grande e Moro tem o direito de trabalhar".
Para o procurador, é da essência da democracia que cada um tenha liberdade de fazer o que a lei não proíbe. "A menos que queiram que Moro vire asceta e vá viver de luz do sol. Ele tem direito a trabalhar honestamente", defendeu.
Carlos Fernando também não tem qualquer restrição ética ao atual cargo do ex-juiz. Argumenta que a escolha da empresa americana para ser administradora legal da Odebrecht ocorreu depois da Lava Jato e foi posterior à saída de Moro.
Depois que se aposentou, em 2018, Carlos Fernando passou a atuar em sociedade com o auditor Roberto Leonel de Oliveira (ex-presidente do Coaf, também aposentado) como consultor de empresas na área de compliance, investigações internas, governança corporativa e acordos de leniência.
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