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Emissão de porte e posse de arma tem atraso por causa de protesto da PF
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O descumprimento da promessa de Jair Bolsonaro, que acenou à categoria dos policiais federais com reajuste significativo e reestruturação da carreira, levou os delegados a fazer uma "operação padrão" que começou na sexta-feira (20). Estão sendo priorizadas atividades essenciais voltadas à segurança pública, como o combate ao tráfico e à corrupção. As atividades administrativas estão recebendo menos atenção, o que prejudica uma das áreas de maior interesse do presidente, a emissão de posse e porte de armas.
Em média, a aprovação da posse sai em 10 dias e a do porte é dada em 30 dias. Com o protesto, as autorizações podem levar até 60 dias, que é o prazo legal. Nota da Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (ADPF) cita a possibilidade de suspensão do serviço.
O texto, divulgado na quinta-feira (19), diz que a associação vai cumprir o que foi determinado na assembleia geral. A nota culpa o governo pelo transtorno: "O impasse causado pelo próprio governo federal, propagando informações conflitantes, equivocadas, com mudanças frequentes de posicionamento, vem gerando clima de instabilidade, revolta e insatisfação, algo nunca antes visto pelos Delegados de Polícia Federal. Da mesma forma, frisa-se a importância do tratamento isonômico entre as carreiras, evitando-se outros desgastes".
Luciano Leiro, presidente da ADPF criticou à coluna o posicionamento do presidente Bolsonaro de que a reestruturação de carreiras policiais não contará com a PF. Ele reclama também que a instituição que trabalha em inquéritos cujos alvos são personalidades ligadas ao Palácio do Planalto passe por dificuldades.
"É preocupante observar o tratamento que o presidente da República tem dado à Polícia Federal e aos policiais federais. Causa estranheza que das forças de segurança da União, apenas aquela responsável por investigações que dizem respeito ao governo esteja sendo constantemente desvalorizada, como se fosse uma retaliação contra à PF", diz Leiro.
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