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Fake news são a tônica nos grupos de mensagens de caminhoneiros
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Desde ontem, logo depois do anúncio oficial da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva na eleição a presidente do Brasil, grupos começaram a ser formados no Telegram para incitar caminhoneiros à paralisação. Uma relação inicial com 28 links foi divulgada para organizar o movimento nos estados. Os argumentos usados para convencer os motoristas a obstruir as rodovias eram baseados nas mais delirantes fake news, todas já exaustivamente desmentidas nos últimos anos.
A reivindicação principal dos caminhoneiros bolsonaristas é que as Forças Armadas coloquem em curso um golpe militar para manter Jair Bolsonaro na Presidência. Para justificar o pedido, citam o artigo 142 da Constituição, que interpretam como base legal para que os militares atuem como uma espécie de poder moderador. Essa interpretação do artigo constitucional já foi categoricamente descartada pelo Supremo Tribunal Federal.
Multiplicaram-se nos grupos falsas notícias de fraudes nas urnas eletrônicas, com relatos inventados de aparelhos que teriam votos registrados e de mesários dos tribunais eleitorais que teriam manipulado o conteúdo das urnas. Todas essas informações não são verdadeiras.
Vários relatos falsos davam conta de reuniões que Bolsonaro teria feito ao longo do dia no Palácio do Planalto com a presença dos comandantes das Forças Armadas, do jurista Ives Gandra Martins e de autoridades que estariam estudando a melhor forma para o presidente atual continuar no cargo.
Ao longo do dia, os grupos de conteúdos golpistas foram derrubados pelo Telegram ,e da relação original divulgada ontem todos estão fora do ar na noite de hoje.
Alguns grupos de caminhoneiros que já existiam no WhatsApp são nesse momento os maiores veículos de divulgação de mentiras, mas com número bem menor que os do Telegram.
Nessas plataformas, a fake news da vez é que Bolsonaro virá a público para reconhecer a vitória de Lula, mas que ninguém deve acreditar nisso. Segundo essa versão delirante, o presidente apenas estaria se resguardando de um possível processo de incitação à revolta. Bolsonaro aguardaria a reivindicação popular para tomar recorrer ao artigo 142, diz uma voz não identificada, em áudio mentiroso que circula nos grupos.
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