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Deputado pede que Tarcísio explique reuniões da PM na Igreja Universal
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Depois que a coluna noticiou uma reunião com 700 integrantes da Polícia Militar de São Paulo em um templo da Igreja Universal, o deputado estadual Reis, do PT, pediu na sexta-feira (23) explicações ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). A assessoria da PM diz que o evento tinha objetivo de anunciar promoções e homenagens aos soldados que se destacaram e foi realizado naquele espaço por comportar grande número de pessoas. Já a Igreja Universal diz em sua conta de Instagram que a reunião, ocorrida na quinta-feira (22), faz parte do programa Universal nas Forças Policiais (UFP) e teve a presença de um pastor, que prestou à tropa "assistência espiritual".
O deputado Reis critica o fato de uma solenidade oficial da polícia ter-se transformado em culto religioso, já que um dos pressupostos da democracia é que o Estado seja laico, ou seja, que não seja dominado por nenhuma religião. "Pregar o Evangelho está correto, mas quando o comando leva a tropa da PM em horário de trabalho para dentro de uma igreja para ouvir pastores, isso é um problema", disse o parlamentar, na tribuna da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).
O deputado avalia que isso seria aceitável se estivesse sendo feito também com outras religiões e se os soldados quisessem ir por espontânea vontade. "Não dá para ter ordem unida para que os policiais em horário de trabalho vão até a igreja ouvir os pastores da Universal", critica. Além de reportagem da coluna, Reis cita matéria de abril do site The Intercept, feita pelos jornalistas Gilberto Nascimento e Tatiana Dias, que mostra como a Universal tem usado o programa UFP para fazer proselitismo religioso junto a forças policiais de vários estados.
No requerimento de informações que encaminhou ao governador, o petista quer saber, entre outras coisas, a quantidade de policiais que participaram de cinco eventos realizados em templos da Universal, qual o tempo de duração das reuniões, quantas viaturas foram usadas para esse fim, se houve liturgia religiosa, se existe acordo entre a corporação e a denominação religiosa, se existe algo similar com outras religiões e se o comparecimento dos soldados foi obrigatório.
Em entrevista publicada ontem na coluna, o ex-soldado Leandro Prior contou que as reuniões de tropas da PM em templos da Universal acontecem há muito tempo. "Saí da academia de soldados em 2015 e desde o início fui convocado para eventos desse tipo", contou à coluna o ex-PM Leandro Prior, que ficou na corporação até 2021. Ele pediu exoneração ao denunciar perseguição de superiores por ser homossexual.
Prior diz que o verdadeiro objetivo desses encontros é criar vínculo entre a PM e a Universal. "É algo constrangedor, porque contempla as pessoas de uma religião e as outras têm que ficar em silêncio", observa ele, que é assessor parlamentar na Alesp e coordenador da Setorial Estadual de Segurança Pública do PT/SP.
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