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Bolsonaro privatizou o Brasil para o centrão, diz Boulos
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* Cesar Calejon
Em entrevista concedida à coluna esta semana, Guilherme Boulos (PSOL/SP), pré-candidato do PSOL a deputado federal pelo Estado de São Paulo, acusou o governo Bolsonaro de "privatizar o Brasil para o centrão". Segundo Boulos, além de derrotar o bolsonarismo em outubro, é urgente formar uma bancada parlamentar progressista para a próxima legislatura.
"Estamos em uma encruzilhada histórica. Jair Bolsonaro é um genocida, uma figura desumana, que tem vocação ditatorial. Eu apoio o Lula, porque ele é o único candidato capaz de derrotar o bolsonarismo em 2022. Precisamos encerrar esse pesadelo", afirma o psolista, que lança hoje (3) o livro Sem Medo do Futuro (Contracorrente), a partir de 19h, na Livraria da Vila, em Pinheiros, São Paulo.
Para ele, a tragédia social, política e econômica na qual o Brasil está imerso é fruto direto da administração exercida pelo governo Bolsonaro em seu consórcio com a ala mais fisiologista da política institucional brasileira.
"Precisamos ser honestos, porque o centrão sempre participou dos governos federais, até durante os governos progressistas, mas o que o Bolsonaro fez foi privatizar o Brasil para o centrão. Hoje, quem governa o país, de fato, é o centrão."
Em 2020, concorrendo contra Bruno Covas (PSDB/SP) à Prefeitura da Cidade de São Paulo, Boulos obteve 2.168.109 votos (40,62%) no segundo turno das eleições municipais. Dois anos depois, ele quer utilizar essa ressonância popular para contribuir com a composição de uma Câmara dos Deputados que seja capaz de atender aos anseios da população de forma mais ampla.
"Não adianta eleger o Lula e manter uma figura como o Arthur Lira na Presidência da Câmara (dos Deputados), por exemplo. Precisamos de um parlamento mais progressista e devemos salientar a importância das eleições municipais também. Com a minha candidatura, eu quero contribuir neste sentido", ressalta Boulos.
Por fim, o pré-candidato do PSOL desafiou o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), citando nominalmente o filho do presidente da República, a um debate público no período pré-eleitoral.
"Precisamos derrotar o filhotinho mimado (de Jair Bolsonaro) na Câmara dos Deputados. Eles não aceitam debater, porque não têm absolutamente nada para mostrar. Isso vem de família. O pai correu, o Flávio Bolsonaro desmaiou e assim por diante. Essa turma foge, porque eles não têm propostas e ideias. Funcionam somente na base do ódio, da gritaria. Eu o desafiei para o debate já sabendo que ele correria, mas vou continuar desafiando-o e ele vai continuar correndo. O apelido de 'bananinha' que ele ganhou não é por acaso", conclui Boulos.
Clique aqui para assistir à entrevista na íntegra.
* Cesar Calejon é jornalista, com especialização em Relações Internacionais pela FGV e mestrando em Mudança Social e Participação Política pela USP (EACH). É escritor, autor dos livros A Ascensão do Bolsonarismo no Brasil do Século XXI (Kotter) e Tempestade Perfeita: o bolsonarismo e a sindemia covid-19 no Brasil (Contracorrente).
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