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Diogo Schelp

REPORTAGEM

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Com mais de 1 ano de atraso, arroz para Líbano será doado em 30 de outubro

Jair Bolsonaro e Michel Temer em evento com comitiva brasileira que viajou ao Líbano, em 2020 - Henrique Barreto/Futura Press/Estadão Conteúdo
Jair Bolsonaro e Michel Temer em evento com comitiva brasileira que viajou ao Líbano, em 2020 Imagem: Henrique Barreto/Futura Press/Estadão Conteúdo

Colunista do UOL

30/09/2021 04h00

Mais de um ano depois da promessa do governo de Jair Bolsonaro de doar 4 mil toneladas de arroz para a população do Líbano depois da explosão em Beirute, ocorrida em 4 de agosto de 2020, a primeira remessa do produto está finalmente sendo preparada para envio no dia 30 de outubro, a partir do porto de Rio Grande (RS).

Segundo o Itamaraty, "após licitação internacional, as Nações Unidas contrataram a empresa francesa de logística 'Bolloré', que já subcontratou a transportadora 'MSC Denmark'" para levar a carga de navio ao porto de Beirute. Serão inicialmente 40 contêineres na primeira remessa, à qual se seguirão outras três até dezembro.

Há dois meses, a previsão era de que a doação partiria do Brasil já na próxima semana.

O atraso de mais de um ano para cumprir a promessa de ajuda humanitária ao Líbano — feita pelo ex-presidente Michel Temer, enviado de Bolsonaro para chefiar uma missão de solidariedade ao país dias após a explosão —, foi atribuído às tratativas para assegurar "o apoio operacional e logístico" da Organização das Nações Unidas (ONU), à dificuldade para contratar navios por causa da pandemia e ao insucesso no primeiro leilão para a compra do arroz.

Apenas em maio deste ano a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), do Ministério da Agricultura, conseguiu realizar um leilão bem-sucedido para adquirir o produto.

A ajuda humanitária prometida pelo Brasil ao Líbano, apesar de ocorrer com atraso, ainda é necessária. Desde a tragédia da explosão, que matou 217 pessoas, causou destruição em um raio de 20 quilômetros e desalojou 300.000 pessoas, o país viu sua situação econômica se deteriorar, com um índice de inflação estratosférico (88%) e PIB em queda. Tudo isso agravado pela pandemia do novo coronavírus.