Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
O que Bolsonaro poderia filmar em vez de urnas
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Na Live UOL de quinta-feira (04), comentei a defesa feita por Jair Bolsonaro (PL) de que eleitores sejam filmados votando.
"Podemos pegar seiscentas urnas e checar nesse dia. São quase quinhentas mil no Brasil. É uma boa amostragem", ventilou o presidente, explicando que todos os envolvidos seriam avisados da filmagem.
Para acobertar a podridão em seu governo e preparar o discurso de marmelada em caso de derrota, Bolsonaro reforça sua estratégia de gerar desconfiança no processo eleitoral e incitar seus seguidores a causar, no dia da votação deste ano, tumultos ainda maiores que em eleições passadas, quando a exploração de vídeos com fake news rendeu até cassação de um aliado seu.
Que tal filmar a distribuição do dinheiro do orçamento secreto à base bolsonarista no Congresso?
Que tal filmar o escoamento das emendas de relator pela Codevasf, a estatal do Centrão onde licitações forjadas, empresas fantasmas e sobrepreço são investigados?
Que tal filmar a liberação de verbas do Ministério da Educação a prefeituras em troca de propina a pastores intermediários?
Que tal filmar as conversas com Kassio Nunes Marques sobre nomeações para o STJ, que levaram Bolsonaro a desistir de um nome repudiado pelo ministro (que, depois, curiosamente, deu uma decisão favorável a um aliado do presidente, José Roberto Arruda?
Que tal filmar o café com Gilmar Mendes, que ajudou a blindar Flávio Bolsonaro com foro privilegiado, e Dias Toffoli, que travou durante meses as investigações sobre o filho 01?
Que tal filmar as negociações imobiliárias da família Bolsonaro, como a da mansão de mais de 6 milhões de reais de Flávio, supostamente paga com dinheiro de sua suposta atuação como advogado?
As urnas são apenas a cortina eletrônica de fumaça do bolsonarismo.
Na Live UOL, falamos também sobre a declaração do presidente do TSE, Edson Fachin, de que a história apontará os cúmplices do populismo autoritário; sobre a briga entre PT e PSB, no Rio de Janeiro; e sobre o coach Pablo Marçal (Pros), que afirmou não ter renunciado a sua candidatura à Presidência, embora, depois do programa, na sexta-feira, Ricardo Lewandowski, ministro do STF indicado por Lula, tenha devolvido o comando do partido a um dirigente que quer retirar a candidatura para apoiar Lula.
Com Madeleine Lacsko, debato os principais assuntos do país diariamente, das 17h às 18h, com transmissão ao vivo nos perfis do UOL no YouTube, no Facebook e no Twitter.
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