Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
14 pontos para entender o conflito entre Rússia e Ucrânia
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Está tentando entender a guerra de narrativas no conflito entre Rússia e Ucrânia?
Nesta coluna, resumo os dilemas entre os dois lados em 14 pontos que podem ajudar quem chegou agora.
Para os russos:
- O movimento faz parte da restauração simbólica e material da ideia da "mãe Rússia" e do que entendem ser sua área natural de influência. O avanço envolve enorme ressentimento com o Ocidente.
- O problema começou com o que entendem ser o fim artificial da URSS declarado pelo Ocidente. Chegam a comparar o desenho de fronteiras no leste europeu pós-URSS com a divisão arbitrária da África.
- Desejam concretamente o fim da expansão da Otan (aliança militar ocidental) rumo ao Oriente.
- Exigem a desmilitarização da Ucrânia e a renúncia imediata de certos territórios.
- Gostariam de uma transição de poder na Ucrânia, com enfraquecimento do atual presidente, Volodimir Zelenski, e fortalecimento de grupos pró-Rússia.
- Batem na tecla de que há nazistas matando russos nas regiões separatistas da Ucrânia, e que o presidente russo, Vladimir Putin, está protegendo pessoas que se identificam como russos.
- Alegam que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, piorou tudo quando "tentou privatizar a Ucrânia".
Para os norte-americanos, europeus e ucranianos:
- A ação de Putin representa ataques injustificados que colocam em risco a segurança da Europa.
- Não havia sinais concretos de ameaças contra a Rússia para justificar a alegação de legítima defesa de Putin.
- Trata-se de uma invasão planejada, para a qual a Rússia se prepara há tempos e para a qual busca pretextos.
- A ação teria sido premeditada e orquestrada para favorecer os interesses do governo russo, incluindo do ponto de vista da popularidade do presidente.
- Acusam a Rússia de promover mentiras e desinformação, manipulando a própria sociedade.
- Afirmam que a Rússia quer reescrever a História, negando o direito à existência da Ucrânia, o que é uma violação à soberania e integridade territorial desse país.
- Batem na tecla de que a Otan é uma aliança defensiva, e não ofensiva, e que a Rússia não tem o direito de fazer ingerências sobre países independentes que desejem se associar ao grupo.
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