Invasão, explosões, mortes e fuga: entenda a guerra entre Rússia e Ucrânia
Ao menos 137 ucranianos morreram nesta quinta-feira (24) após a invasão do país pela Rússia, segundo atualizações do governo da Ucrânia. Autorizada pelo presidente russo Vladimir Putin, a invasão teve início nesta madrugada por terra, mar e ar e ocasionou fugas, temor e alerta em outros países, que pedem o fim da tensão na região.
Uma criança foi morta em um ataque a um prédio em Chuhuiv e outras quatro pessoas morreram por consequência de um ataque a um hospital na região de Donetsk. A Ucrânia diz que ao menos "50 ocupantes russos" foram mortos na região separatista de Lugansk, no leste do país. Os soldados russos consideram que o primeiro dia de invasão foi um sucesso.
Confira o que se sabe até agora sobre a situação envolvendo Rússia e Ucrânia:
Putin autoriza invasão de madrugada
Putin anunciou uma "operação militar especial" da Rússia no leste da Ucrânia por volta das 5h45 de hoje (23h45 de ontem no Brasil). A empresários, ele disse que não teve escolha.
"Algumas palavras para aqueles que seriam tentados a intervir: a Rússia responderá imediatamente e você terá consequências que nunca teve antes em sua história", disse ele em pronunciamento transmitido em cadeia nacional.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, decretou mobilização geral no país e convocou cidadãos para o conflito.
Segundo o exército russo, separatistas no leste da Ucrânia tomaram o controle de diversos territórios. Já os militares russos tomaram locais estratégicos como a base aérea militar de Gostomel e a usina de Chernobyl. Segundo a polícia ucraniana, somente nesta quinta-feira ocorreram mais de 200 ataques dentro do território.
Explosões, ataques e fugas
Horas após Putin anunciar a ação, moradores começaram a deixar Kiev —que emitiu um sinal de alerta para ataque aéreo pela primeira vez desde a Segunda Guerra. Longas filas de carros foram registradas em estradas, postos de gasolina e também em caixas eletrônicos.
Pela manhã, houve intenso fluxo de veículos nas fronteiras ucranianas com Polônia, Eslováquia, Hungria e Romênia. A União Europeia anunciou que aceitará um número ilimitado de refugiados da Ucrânia.
Houve relatos de explosões em Kiev, Kharkiv, Maripuol, Odessa e Kramatorsk, cidade que serve de quartel-general para as forças ucranianas.
Sirenes de alerta de bombardeios também foram acionadas em Lviv. Parte da população das cidades tem buscado abrigo nos metrôs subterrâneos, numa tentativa de escapar dos ataques aéreos. Na área econômica, o Banco Central ucraniano limitou o saque de dinheiro e suspendeu a retirada de moeda estrangeira.
Ao menos 74 instalações militares ucranianas foram atacadas. A Ucrânia diz que derrubou veículos do exército russo no leste do país, pouco depois de Moscou iniciar uma ofensiva militar, e afirmou ter rompido relações diplomáticas com a Rússia e também adotou a lei marcial no país.
Um conselheiro do gabinete presidencial da Ucrânia afirmou que militares russos tomaram a usina nuclear de Chernobyl no início da tarde. A usina, palco de um dos piores acidentes nucleares do mundo, está desativada mas ainda possui resíduos tóxicos. As autoridades ucranianas acusam os russos de tentar uma nova catástrofe biológica.
A Ucrânia fechou seu espaço aéreo à aviação civil, ação também foi adotada por países vizinhos
Rússia sofre sanções
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, condenou a operação militar da Rússia e anunciou mais sanções. Ele afirmou que soldados americanos devem se limitar a proteger países aliados da Otan, da qual a Ucrânia não é parte. O secretário de Defesa dos EUA, Antony Blinken, ordenou o envio de 7 mil militares americanos para a Europa.
Primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson foi outro a anunciar sanções à Rússia. A União Europeia prometeu responsabilizar o país pela ação militar. A Alemanha falou em "violação flagrante". A Itália disse que o ataque é "injusto". A França disse que haverá retaliação à "altura da agressão". Já a China rejeita chamar a ação russa de "invasão".
A Otan classificou a ação russa como um "ataque irresponsável" contra a Ucrânia. O comando da ONU (Organização das Nações Unidas) fez um apelo pelo fim dos conflitos e disse que desbloqueará 20 milhões de dólares (cerca de R$ 1 bilhão, de acordo com a cotação do dia) para emergência humanitária na Ucrânia e em países vizinhos.
O Brasil também pediu o fim das hostilidades na região e quer uma solução pacífica.
Protestos contrários aos ataques ocorreram em diversos países, como Alemanha, Bulgária, EUA, França, Holanda, Irlanda, Itália, Hungria, Japão, Líbano, Lituânia e Polônia. Na Rússia, o governo reprimiu as manifestações contra a ação militar; cerca de 800 pessoas foram presas.
Bolsonaro se irrita com críticas de Mourão à Rússia
Em live na noite de hoje, o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que o Brasil busca a paz entre as nações e desautorizou seu vice, Hamilton Mourão, a falar sobre o tema. Mais cedo, Mourão comparou Putin a Adolf Hitler e defendeu a soberania da Ucrânia, o que irritou Bolsonaro.
No Twitter, o presidente já havia declarado que estava empenhado em "proteger e auxiliar os brasileiros que estão na Ucrânia". A embaixada do Brasil na Ucrânia orientou os brasileiros que moram no país europeu a deixar o território imediatamente. A exceção seria para os brasileiros na capital Kiev, que devem procurar um local seguro.
A embaixada estima a presença de cerca de 500 brasileiros na Ucrânia entre estudantes, executivos de multinacionais e familiares de ucranianos. Em comunicado, a representação diz que a situação ainda é "relativamente estável" na maior parte do país ao citar os ataques a alvos militares.
Por que há tensão na região?
A Rússia reclama de uma eventual adesão da Ucrânia à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), aliança militar criada para fazer frente à extinta União Soviética.
Para Putin, a Otan é uma ameaça à segurança da Rússia por sua expansão na região. Por isso, o presidente quer uma declaração formal de que a Ucrânia nunca vai se filiar à aliança.
(Com AFP e Reuters)
Imagens das redes sociais registraram a violência dos ataques na Ucrânia. Assista no vídeo abaixo:
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