Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.
EUA alertam em documento que a prioridade é competir contra autocracias
![Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, durante discurso na Assembleia-Geral da ONU - Reprodução/ONU](https://conteudo.imguol.com.br/c/noticias/fd/2022/09/21/joe-biden-presidente-dos-estados-unidos-durante-discurso-na-assembleia-geral-da-onu-1663774465871_v2_900x506.jpg)
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
Foi publicado nessa última semana, um dos documentos mais importantes para quem acompanha a política externa dos Estados Unidos: a Estratégia de Segurança Nacional (ou NSS - National Security Strategy, em inglês).
Tida como uma das principais fontes para mapear as diretrizes de um governo no campo internacional, o documento é preparado periodicamente pelo Poder Executivo para o Congresso e usualmente lista as principais preocupações de segurança do país, bem como os planos da administração planeja lidar com isso.
Durante a gestão Trump, uma única NSS foi publicada. No material de dezembro de 2017, quatro pilares foram, naquele momento, descritos como prioritários: 1) proteger o povo e o estilo de vida norte-americanos; 2) promover a prosperidade norte-americana; 3) preservar a paz por meio da força; e 4) promover a influencia dos Estados Unidos.
Em contraponto, no documento de 2022, preparado pelo governo Biden-Harris, alguns elementos chamam a atenção. Em primeiro lugar, a NSS fala, no que tange à estrutura do sistema internacional, em uma "era de competição e de desafios compartilhados" e delimita a natureza dessa competição como sendo, antes de tudo, "entre democracias e autocracias".
Sob a ótica do governo norte-americano, portanto, a ação deve ser direcionada, segundo o documento, em pelo menos 3 frentes: 1) investir nas próprias capacidades para manter a competitividade internacional, que passa pelo fortalecimento da democracia e modernização industrial; 2) utilizar a diplomacia para construir coalizões fortes mundo afora; 3) atualizar e fortalecer o poderio militar do país.
O documento também pontua especificamente como prioridades "superar a China" e "restringir a Rússia", e a preocupação com desafios transnacionais como segurança climática e energética, pandemias e biodefesa, insegurança alimentar, controle de armas e não-proliferação, além do terrorismo.
O cuidado para manter a liderança do ponto de vista da ordem global também está presente a todo tempo no documento, que chama a atenção para investimentos em tecnologia quando o assunto é moldar as "regras do jogo", seja em matéria de cybersegurança ou em termos de comércio.
Ler a NSS do governo Biden-Harris faz saltar aos olhos duas percepções fundamentais sobre os tempos que estamos vivendo no mundo:
1) os Estados Unidos reconhecem abertamente que não reúnem mais as capacidades para liderar sozinhos, mas não estão dispostos a admitir a narrativa do declínio hegemônico —para lidar com essa realidade identificaram na palavra "modernização" uma chave importante;
2) está cada vez mais difícil dissociar a esfera doméstica da esfera internacional - a relação é simbiótica e os grandes desafios de segurança nacional, acreditem, começam dentro de casa.
Para ler o documento, em inglês: https://www.whitehouse.gov/wp-content/uploads/2022/10/Biden-Harris-Administrations-National-Security-Strategy-10.2022.pdf
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.