Em trecho inédito de "Democracia em Vertigem", Bolsonaro ataca a cultura
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Imagens inéditas das entrevistas realizadas por Petra Costa para produzir seu documentário Democracia em Vertigem revelam o então deputado Jair Bolsonaro crítico da cultura no Brasil e desdenhando o cinema nacional. O material foi produzido pela equipe da cineasta brasileira e obtido pela coluna.
Enquanto filmava em Brasília, em 2016, a cineasta acompanhou por mais de duas horas Bolsonaro pelos corredores do Congresso. O material não entrou na íntegra na versão final do documentário, que optou por focar o roteiro principalmente no processo de impeachment de Dilma Rousseff.
"Eu não recriaria o Ministério da Cultura", disse o então deputado sobre seus planos de governo. "Gastam quase R$ 2 bilhões por ano para produzir nada", criticou.
Bolsonaro tinha uma ideia melhor do que fazer com o dinheiro: aparelhar policiais pelo Brasil.
Nas imagens inéditas e que não fizeram parte do documentário final, ele ainda defende a censura contra certas músicas e insiste que nunca houve golpe militar no país.
Mas, ironicamente, é quando fala de cinema que Bolsonaro deixa claro seus ataques. "O que a cultura produz de bom para o Brasil?", questionou. "Qual o filme está concorrendo em Cannes para ganhar o Oscar? Ou seja la o que for?", insistiu.
Neste domingo, o desejo de Bolsonaro em ver um filme brasileiro na corrida por uma estatueta se transformou em realidade, justamente com a produção de Petra Costa. Sua nomeação, porém, foi criticada pelo governo, que o chamou de "ficção", enquanto o Planalto usou seus serviços de comunicação para acusa-la de ser uma "militante anti-Brasil".
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