OMS: abertura terá de ser lenta
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Com vários países iniciando um processo de reabertura de suas economias e sociedade, a OMS alerta que uma "lição" que o mundo precisa tirar é de que o relaxamento das medidas de quarentena terá de ser "lento". Para a entidade, países que tiveram êxito no controle da doença foram aqueles que agiram rapidamente e com uma forte estrutura de testes. No Brasil, menos de 1% da população até hoje foi testada.
Em sua coletiva de imprensa nesta quarta-feira, a diretora técnica da OMS, Maria van Kerkhove, fez questão de ressaltar a importância de uma cautela nas medidas de transição. "Isso precisa ser feito de forma lenta e com dados", disse. Segundo ela, governos precisam ter estruturas para saber onde os casos estão.
Diversos países europeus iniciaram uma progressiva transição para uma abertura de suas economias, com a volta às escolas, reabertura de algumas fronteiras e algum comércio.
Para a OMS, a experiência que vive a Europa e Ásia deve ser acompanhada de perto por outros países, que ainda vivem o auge da epidemia.
A ideia é de que, caso surtos reapareçam, governos teriam a capacidade de testar casos, isolar e rastrear todos aqueles em contato com um eventual infectado.
Para a diretora técnica, governos que não contam com tecnologia podem fazer isso com agentes dos diferentes ministérios, deslocados ao terreno. "Precisa de pessoas para saber onde está o vírus", disse.
"O que estamos aprendendo é que, aqueles que tiveram êxito, foram aqueles que tem uma estrutura estabelecida para rapidamente poder identificar casos e saber onde estão", disse. Segundo ela, todos "podem fazer isso".
Êxito
Michael Ryan, diretor de operações da OMS, adotou o mesmo tom. Segundo ele, países que tiveram êxito foram aqueles que agiram rapidamente, assim que a emergência surgiu. De acordo com Ryan, esses governos ainda combinaram essa velocidade de resposta como medidas de isolamento, testes e rastreamento.
Para ele, porém, a "lição" dessa pandemia é de que governos precisam investir para ter uma infra-estrutura adequada para dar uma resposta em casos de emergência.
Na avaliação da OMS, novas epidemias e pandemias vão surgir. Mas o mundo continua despreparado. "O mundo aprendeu uma lição", disse Tedros Ghebreyeus, diretor-geral da OMS. "Não podemos deixar os planos de preparação nas prateleiras. Novas epidemias podem ocorrer. E ainda estamos vulneráveis", completou.
Cloroquina
A OMS reafirmou ainda que não existem evidências científicas que justifiquem, por enquanto, nem o uso da cloroquina para prevenção e nem tratamento contra o coronavírus. "Não sugerimos para tratamento", afirmou Ryan, repetindo um posicionamento da OMS das últimas semanas e diante de uma pergunta sobre o uso do remédio supostamente por parte de Donald Trump.
Segundo ele, "não existem evidências empíricas" de que funcione nem para prevenção e nem tratamento.
No início da semana, a entidade suspendeu os testes que realizava com hidroxicloroquina, até que seja esclarecido se o produto representa um risco para a saúde. A cloroquina, em si, não estava sequer sendo testada.
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