Líbano pede comida, remédios, dinheiro e até vidro ao Brasil
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O governo do Líbano entregou cartas a diferentes grupos em São Paulo, com listas de bens e de produtos que precisaria de forma emergencial. O objetivo é a de conseguir que a imensa comunidade de descendentes de libaneses no país contribua para a crise que atravessa o Líbano e, em um segundo momento, para reconstruir a capital atingida por uma explosão nesta semana.
Numa carta obtida pela coluna, o consulado do Líbano em São Paulo enumera os pontos principais do plano de socorro.
"A explosão, como todo mundo viu, deixou o país numa situação de calamidade lamentável", escreveu o governo. "Já estava passando por uma crise econômica série, uma pandemia difícil e, para piorar, teve a destruição em massa de habitações, de hospitais, depósitos para alimentos no porto além de feridos e dos mortos", apontou.
Beirute, assim, pede uma "ajuda médica de qualquer tipo - hospitais de campanha, material cirúrgico e especialmente medicamentos".
O governo solicita ainda alimentos, incluindo trigo, farinha, "todo tipo de grãos" e enlatados. Isso seria necessário "até poder repor o que foi queimado nos depósitos portuários".
O país também diz que precisa de material de construção, além de vidro, alumínio e material elétrico.
Diante da perda de emprego e moradia por milhares de pessoas, Beirute indica que uma "ajuda monetária será bem-vinda".
O consulado, na carta, admite que sabe das "dificuldades que o país (Brasil) está passando". Mas pede uma ajuda para o povo libanês se "reerguer".
Há também uma longa lista de remédios solicitados. Eles incluem insulinas, anti-coagulantes,
antibióticos, todos os tipos de vacinas, remédios para oncologia, analgésicos e dezenas de outros produtos médicos.
Nesta quinta-feira, hospitais de São Paulo, entidades de classe, clubes e outras organizações se reuniram para começar a estabelecer um plano de ajuda com base na lista fornecida pelo governo de Beirute.
A ideia é de que essas entidades coordenem essa coleta de dinheiro e que comprem o material solicitado. Enquanto isso, Brasília colocaria à disposição um avião da FAB para fazer o transporte, já no início da semana que vem.
Apesar da operação, o Brasil não conta com um embaixador no Líbano desde a primeira metade de 2019, algo que vem causando irritação dentro do próprio Itamaraty, diante do reconhecimento da importância da relação entre os dois países.
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