Financiar vacinas exige gasto equivalente a 2 semanas de venda de cigarros
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A ONU, OMS e entidades internacionais sofrem sérios obstáculos para reunir os recursos suficientes para financiar a aliança mundial de vacinas que, para muitos, seria a principal resposta à pandemia da covid-19. As organizações acreditam que precisam de US$ 38 bilhões para permitir que os produtos cheguem a todos. Mas contam com apenas US$ 3 bilhões neste momento.
Nesta quarta-feira, alguns dos principais líderes fizeram um apelo durante a Assembleia Geral da ONU para que doadores invistam na estratégia. Mas, para eles, o desafio não é financeiro. Tedros Ghebreysus, diretor-geral da OMS, deixou claro que recursos existem. Segundo ele, a iniciativa global exige o equivalente a 1% do dinheiro que os países do G-20 usaram para socorrer suas economias.
Tedros ainda fez um alerta e comparou o investimento ao setor do tabaco. "O que precisamos é o equivalente a duas semanas dos gastos do mundo com cigarros", disse.
"Sinceramente, não se trata de um desafio financeiro. Esse é teste de solidariedade. É o momento de dizer não ao nacionalismo", alertou.
A aliança, conhecida como ACT, começou a ser formalizada em abril e hoje conta com mais de 150 países, entre eles o Brasil. A ideia do consórcio é o de acelerar a produção de vacinas, seu financiamento e planejar a maior campanha de vacinação da história da humanidade.
A ideia é de que, até o final de 2021, 2 bilhões de doses consigam ser produzidas e distribuídas. O projeto ambicioso vai ainda necessitar de ampla infraestrutura de distribuição e uma campanha para superar as desconfianças de populações. Num primeiro momento, a aliança precisa de US$ 15 bilhões para os próximos três meses.
Um apelo também foi feito por Angela Merkel, chanceler da Alemanha. Ela anunciou um aumento de 100 milhões de euros em sua promessa de ajuda ao mecanismo, depois de já ter repassado 650 milhões de euros e outros 450 milhões de euros por meio da UE. "Precisamos de mais apoio", disse Merkel.
Justine Trudeau, primeiro-ministro do Canadá, além de líderes de outros países também se uniram em apelar por mais recursos e fizeram novas promessas de recursos. O Banco Mundial ainda anunciou que vai dar um financiamento de US$ 12 bilhões para países mais pobres que precisem de recursos para comprar vacinas.
Bill Gates foi outro que anunciou um compromisso com 16 empresas farmacêuticas para aumentar a capacidade de produção e pediu para que o mundo trabalhe em um "plano para eliminar a covid-19". Segundo ele, se a aliança não existir, o risco é de que apenas 14% da população dos países mais pobres tenham acesso à vacina.
O CEO da J&J, Alex Gorsky, afirmou que assinou um compromisso de que a vacina não terá um objetivo de lucros para a multinacional. Ele ainda anunciou que vai fornecer 500 milhões de doses a partir de meados de 2021, caso sua vacina seja segura.
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