Evitando politização, OMS diz que suspensão de testes de vacinas é "rotina"
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A OMS (Organização Mundial da Saúde) declarou nesta terça-feira que suspensões de testes clínicos são "rotineiros" no desenvolvimento de uma vacina e optou por evitar ampliar um debate sobre a politização da decisão.
Na noite de segunda-feira, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) determinou a interrupção do estudo clínico da vacina Coronavac no Brasil, após o registro de um "evento adverso grave".
Um dia depois, o presidente Jair Bolsonaro deixou claro sua postura. "Morte, invalidez, anomalia. Esta é a vacina que o [João] Doria queria obrigar a todos os paulistanos tomá-la. O presidente disse que a vacina jamais poderia ser obrigatória. Mais uma que Jair Bolsonaro ganha", escreveu Bolsonaro em suas redes sociais.
Questionada sobre a situação da Sinovac no Brasil, a OMS optou por falar apenas de uma forma geral. Segundo a porta-voz da agência, Fadela Chaib, a segurança é prioridade nessa fase do desenvolvimento de um novo produto. "Qualquer suspensão não é incomum", afirmou.
Segundo ela, suspensões ocorrerem até que novas informações sejam fornecidas sobre casos específicos. "Isso é uma rotina no campo médico", afirmou.
Questionada se isso poderia ser parte de um gesto político, a OMS tentou esvaziar a questão. "Não acho que se deve tentar encontrar razões ou explicações outras que não sejam o fato de que as pessoas que busquem a vacina sejam cautelosas", completou.
OMS vê "com prazer" o rigor nos testes de vacinas
"Quando ocorre um evento adverso num participante num ensaio, que pode ou não estar relacionado com a vacina a ser avaliada, é uma prática rigorosa e rotineira de investigação. As suspensões temporárias de ensaios clínicos de vacinas não são incomuns enquanto se realiza uma avaliação", explicou a agência.
"É com prazer que vemos medidas tomadas para assegurar a integridade científica dos ensaios e o cumprimento das diretrizes e regras padrão", afirmou.
Mas, sobre o caso específico do Brasil, a agência recomenda que "as perguntas sobre os ensaios Sinovac devem ser dirigidas ao promotor Sinovac e às autoridades dos países em que os ensaios estão a decorrer".
Em resposta, o Instituto Butantan afirmou que foi "surpreendido" e o governo de São Paulo disse que "lamenta ter sido informado pela imprensa e não diretamente pela Anvisa". O diretor do instituto, Dimas Covas, afirmou tratar-se de um óbito sem qualquer relação com os testes do imunizante.
A cúpula da OMS ainda indicou que não recebeu nenhuma queixa até agora relativa à vacina desenvolvida pela Sinovac, empresa com a qual a agência internacional vem mantendo contato para permitir que um eventual reconhecimento ocorra com base em critérios que são válidos para todas as candidatas à vacina no mundo.
Ainda que a Anvisa não seja obrigada a dar informações sobre os testes clínicos para a OMS, é praxe que a agência em Genebra (Suíça) seja informada sobre a situação.
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