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Jamil Chade

REPORTAGEM

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Doses da OMS sofrerão atraso e Brasil será afetado

Brasil recebe primeira remessa da vacina contra a Covid-19 pelo Consórcio Covax Facility - Reprodução/Twitter Ministério da Saúde
Brasil recebe primeira remessa da vacina contra a Covid-19 pelo Consórcio Covax Facility Imagem: Reprodução/Twitter Ministério da Saúde

Colunista do UOL

25/03/2021 07h55

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Por conta de uma decisão do governo da Índia de suspender temporariamente todas as exportações de vacinas e por problemas técnicos em um laboratório na Coreia do Sul, o consórcio mundial criado para distribuir doses do imunizante para os países mais pobres do mundo e emergentes admite que não conseguirá cumprir o cronograma de entregas de vacinas para março e nas próximas semanas. O Brasil, segundo a coluna apurou, será um dos países afetados.

As entidades que atuam no mecanismo Covax Facility, entre elas a Unicef, confirmam que o planejamento de abastecimento de vacinas em diversas partes do mundo será afetado. Mas não da detalhes.

O consórcio, criado pela OMS, apostava em grande parte em vacinas fabricadas pela Oxford/AstraZeneca. Mas existe um risco de que 90 milhões de doses que estavam sendo esperadas para março e abril não conseguirão chegar aos seus destinos.

O Brasil comprou 42 milhões de doses do consórcio e esperava receber 9 milhões desse total até o final de maio. Para março, o total planejado era de 3 milhões. Mas, por enquanto, foi abastecido com apenas 1 milhão de doses e, diante da nova situação, não há ainda data para a chegada do restante das encomendas.

As vacinas destinadas ao Brasil estavam sendo fabricadas em um laboratório na Coreia do Sul. "A Covax facility informou aos participantes que volumes da AstraZeneca-Oxford produzidos na Coreia do Sul serão inferiores ao que se planejava para março", declarou da Unicef, uma das coordenadoras do projeto.

Há a possibilidade de que o atraso seja compensado por entregas mais substanciais ainda em abril e maio.

Um segundo obstáculo vem da produção na Índia, também sublicenciada pela AstraZeneca e com sua produção destinada aos países mais pobres. No caso, o Serum Institute of India passou a ser alvo de uma decisão do governo de Nova Déli para suspender qualquer exportação de vacinas.

"As entregas de vacinas às economias de menor renda que participam da Covax enfrentarão atrasos após um retrocesso na obtenção de licenças de exportação para novas doses de vacinas produzidas pelo Instituto Soro da Índia, que deverão ser enviadas em março e abril", disse a Gavi, entidade especializada em vacinas e que coordena o trabalho da Covax.