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Agência europeia acusa Rússia de promover fake news para defender Sputnik V
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Resumo da notícia
- Denúncia ocorre na mesma semana em que Anvisa se recusou a liberar importação da vacina russa e foi acusada de "mentir"
- Segundo europeus, a estratégia de Moscou é a de minar a credibilidade de agências reguladoras no Ocidente e acusar o processo de ser político
- Esses foram exatamente o argumento usado por Moscou para se defender contra a decisão da Anvisa
Um informe preparado por um órgão da UE acusa a Rússia de promover desinformação contra agências regulatórias do Ocidente, minando a credibilidade sobre as vacinas do resto do mundo, como maneira de defender a Sputnik V, imunizante desenvolvido por Moscou.
No documento publicado nesta quarta-feira e elaborado pelo serviço de comunicação estratégica do bloco que serve para monitorar a desinformação sobre a pandemia, a UE faz duras acusações contra os russos. Moscou, nas redes sociais, rejeitou a conclusão do informe. Na semana passada, alegações parecidas foram feitas contra o Kremlin por parte dos EUA.
Nesta semana, a Anvisa não liberou a importação da vacina russa e foi acusada por Moscou de "mentir" e de adotar uma postura "política". A reação dos russos diante da decisão brasileira seguiu a linha que a UE denuncia em seu informe. Denúncias da mesma natureza ainda são feitas contra os chineses, ainda que o detalhamento da suposta operação russa seja maior e envolvendo ainda a imprensa controlada pelo Kremlin.
"Desde o início de 2021, mais de 100 novos exemplos de alegações de desinformação pró-Kremlin sobre vacinação foram adicionados ao banco de dados da EUvsDisinfo", destaca Bruxelas, e referindo ao banco de dados montado pelas autoridades para mapear a desinformação.
"Durante dezembro de 2020 e o primeiro trimestre de 2021, a campanha russa para promover a vacina Sputnik V se acelerou e se desenvolveu para uma abordagem governamental, incluindo autoridades estatais, empresas estatais e meios de comunicação de massa estatais em intervenções quase diárias", alertou.
"As autoridades russas não apenas promovem a vacina Sputnik V, mas também se envolvem em mensagens antagônicas, usando desinformação para acusar o Ocidente e a UE de sabotar a vacina russa", denuncia.
"Neste contexto, os meios de comunicação pró-Kremlin, incluindo a conta oficial do Sputnik V no Twitter, procuraram minar a confiança pública na Agência Europeia de Medicamentos e lançaram dúvidas sobre seus procedimentos e imparcialidade política", destaca a UE.
"Ao semear desconfiança na Agência Européia de Medicamentos, os agentes de desinformação pró-Kremlin visam minar e fragmentar a abordagem europeia de garantir o fornecimento de vacinas", alega o documento.
Um dos focos dos russos, segundo o informe, é o de acusar a agência reguladora de "atrasar deliberadamente a revisão da vacina Sputnik V e de preconceitos políticos".
"A mídia pró-Kremlin tentou semear confusão sobre o momento da apresentação do pedido oficial para uma revisão contínua da vacina Sputnik V junto à Agência Europeia de Medicamentos", diz.
Os meios pró-Kremlin também acusaram a UE de "preconceitos políticos contra a vacina de fabricação russa".
"O relato oficial no Twitter do Sputnik V combina a propaganda da vacina de fabricação russa com a amplificação de narrativas de desinformação pró-Kremlin sobre uma suposta tendência ocidental contra a vacina russa e, mais especificamente, políticos ocidentais conspirando contra a Rússia", diz.
"A narrativa tem se chocado com os políticos europeus e a mídia sempre que questões sobre o desenvolvimento e os testes do Sputnik V foram levantadas, e fez ameaças implícitas de que o Sputnik V poderia ser retirado do processo de aprovação do EMA", disse. Esse foi o tom usado também contra a Anvisa, nos últimos dias.
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