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Brasil opta por silêncio em última reunião na ONU antes da cúpula do Clima
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O governo de Jair Bolsonaro não tomou a palavra durante uma reunião organizada pela ONU para debater a questão climática. O encontro, que ocorreu em Nova Iorque, era para ser a última oportunidade para que líderes dessem suas mensagens, antes da cúpula do Clima em Glasgow a partir de domingo.
Nesta terça-feira, mais de 70 delegações participaram do encontro na Assembleia Geral das Nações Unidas. Foram mais de 30 chefes de estado ou governo, dezenas de ministros e representantes diplomáticos de alto escalão. O governo americano, por exemplo, foi representado por John Kerry, o enviado especial de Joe Biden para as negociações climáticas.
Por mais de cinco horas, delegações se sucederam dando suas avaliações sobre a cúpula do Clima, delimitando suas posições nacionais e mandando mensagens aos demais países. Quem não pode viajar até Nova Iorque tinha a possibilidade de enviar um vídeo gravado. Ainda existia a possibilidade de que o discurso fosse proferido por diplomatas em Nova Iorque, nas missões permanentes na ONU.
Mas o Brasil optou pelo silêncio completo e constrangedor. Procurado, o Itamaraty sequer respondeu aos pedidos de esclarecimentos por parte da reportagem sobre o motivo para a ausência do país na agenda oficial. Embaixadores brasileiros que lidam com os temas ambientais também ignoraram o pedido do UOL por esclarecimentos.
Em Brasília, na semana passada, o Itamaraty se reuniu com embaixadores europeus na capital brasileira para explicar quais seriam as posições adotadas pelo governo brasileiro na cúpula em Glasgow. Ainda que insista que vai defender o interesse de países em desenvolvimento e um maior acesso ao financiamento dos países ricos, a mensagem do Itamaraty é de que o governo quer ser um interlocutor na negociação.
Mas a ausência do Brasil no debate na ONU e a postura do governo de negar a existência de uma explosão dos índices de desmatamento são vistos por estrangeiros como sinais de alerta sobre a real postura do governo brasileiro.
Em Glasgow, o Brasil estará no foco das atenções mundiais, sob pressão para reduzir as taxas de desmatamento e dar demonstrações de que pretende cumprir suas obrigações ambientais.
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