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Jamil Chade

REPORTAGEM

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G20 fecha entendimento sobre clima e vacinas

Colunista do UOL

31/10/2021 08h31

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Resumo da notícia

  • Declaração final prevê consenso para limitar aquecimento global em 1,5 graus Celsius
  • Acordo ainda estabelece meta de vacinar 70% da população de cada país até meados de 2022

Depois de uma noite sem dormir e uma manhã de intensas negociações, o G20 fechou um entendimento final e estabeleceu um compromisso para garantir a vacinação de 70% da população de cada país até junho de 2022 e tomar medidas para frear o aquecimento global em 1,5ºC.

Os dois eram pontos considerados como prioritários pela diplomacia brasileira que, nos bastidores e longe das polêmicas de Jair Bolsonaro, conseguiu que suas posições fossem ouvidas. Durante os dias de debates longe da imprensa, o Itamaraty atuou inclusive para aproximar posições de diferentes países.

A dúvida, porém, permanece sobre como cada uma das medidas será implementada na prática. Para que haja 70% da população de cada país, as economias ricas terão de intensificar a distribuição de doses, hoje acumuladas em menos de dez governos.

Tedros Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, comemorou o acordo. Mas, em declarações ao UOL, insistiu que as promessas de liberação de imunizantes terão de ser transformadas em ações.

Antes de atingir a meta de 70% em junho, os líderes estabeleceram que um objetivo intermediário de imunizar 40% da população dos países até o final do ano.

No que se refere ao clima, faltando poucas horas para o G20 terminar sua primeira cúpula presencial em dois anos, em Roma, um acordo sobre clima e energia ainda continuava incerto.

Um dos obstáculos era a insistência de China e Índia de que precisam de mais tempo para promover qualquer tipo de transição para energias mais limpas. Esse é um dos pontos centrais no debate sobre emissões. Mas os dois gigantes asiáticos alertam que uma mudança de estrutura das economias exigiria um período maior de adaptação.

Ambos se transformaram em polos de emissões de CO2 nos últimos anos. Mas alegam, assim como outros emergentes, que a acumulação de gases de efeito estufa no planeta é uma responsabilidade acima de tudo de países ricos ao longo de décadas.

Também existem ainda pontos pendentes na declaração final por conta de interesses do governo de Joe Biden.

Para negociadores em Roma, porém, a dificuldade em se chegar a uma mera declaração de princípios no G20 revela como a Cúpula do Clima, em Glasgow a partir deste domingo, será desafiadora.

O encontro, conhecido como COP26, tem como meta fixar um pacto pela redução de emissões de gases de efeito estufa, que estão em um ponto de concentração recorde na atmosfera.