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Jamil Chade

REPORTAGEM

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500 mil pessoas morreram no mundo desde chegada da variante ômicron

Dois terços dos entrevistados recentemente infectados com a variante ômicron afirmaram já terem tido covid anteriormente, segundo dados de um estudo com milhares de voluntários na Inglaterra. - PA Media
Dois terços dos entrevistados recentemente infectados com a variante ômicron afirmaram já terem tido covid anteriormente, segundo dados de um estudo com milhares de voluntários na Inglaterra. Imagem: PA Media

Colunista do UOL

08/02/2022 13h46

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Desde a chegada da variante ômicron no final de novembro, mais de 500 mil pessoas morreram no mundo, num sinal claro para os técnicos da OMS (Organização Mundial da Saúde) que considerar a mutação como suave é um "perigo".

Os números foram apresentados nesta terça-feira pela agência, que destacou que, desde novembro, 130 milhões de novas contaminações foram registradas no mundo.

O que mais preocupa a OMS, porém, é a permanente tendência de altas nas mortes. "São cinco semanas consecutivas de aumento de óbitos", disse Maria van Kerkhove, diretora técnica da OMS. Nos últimos sete dias, foram 68 mil mortes, um aumento de 7% em comparação à semana anterior.

"Há uma narrativa de que é suave. Não é verdade. Para alguns ela é mais suave, mas os riscos continuam e as pessoas estão morrendo", insistiu. "Não está no momento de levantar a bandeira branca", declarou.

Para a especialista, a vacinação é um ponto central para evitar doenças severas e morte, com estudos que mostram que os óbitos e internações são até 97 vezes maior entre as populações não imunizadas.

Das 500 mil mortes, 100 mil delas ocorreram nos EUA, principalmente entre a população não vacinada. "Vacinem-se", pede a técnica, insistindo que as mais de 10 bilhões de doses dadas pelo mundo já mostraram que são eficazes. "O vírus continua sendo perigoso e estamos numa situação perigosa", alertou.

No caso americano, a OMS destaca que, apenas nas últimas 24 horas, foram 3,4 mil mortes. O volume seria equivalente ao acidente de 18 aviões. "Isso é mais do que trágico", afirmou.

Na avaliação da agência, o cenário é ainda de "muita incerteza" e governos precisam reforçar a mensagem da importância da vacinação.

Brasil tem terceiro maior número de mortes na semana

Além do caso americano, a OMS destaca como a pandemia volta a ganhar força na América do Sul. O Brasil, por exemplo, já é o terceiro local com maior número de mortes pela covid-19, nos últimos sete dias. Foram 5,6 mil óbitos, quase dez vezes mais que a taxa registrada no final de dezembro.

A agência insiste que, se alguns países estão se aproximando do final da crise, muitos outros ainda observam um aumento. "Em muitos locais, a onda não chegou ao seu pico", disse Maria van Kerkhove. "Estamos no meio da pandemia ainda", lamentou.