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Jamil Chade

REPORTAGEM

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1 criança vira refugiada por segundo; 3 milhões de pessoas deixaram Ucrânia

Colunista do UOL

15/03/2022 06h48

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Quando o leitor chegar ao final deste texto, pelo menos duas dezenas de crianças terão sido transformadas em refugiadas na Ucrânia. Dados divulgados nesta terça-feira pela ONU revelam que, a cada segundo, um menor é obrigado a deixar o país para sobreviver. No total, o número de refugiados atingiu a marca de 3 milhões de pessoas, em apenas 20 dias de guerra.

Para a entidade, trata-se do êxodo mais intenso de pessoas desde o final da Segunda Guerra Mundial, com uma velocidade sem precedentes na fuga de famílias.

De acordo com a Unicef, 1,4 milhão de menores deixaram a Ucrânia. A cada dia, são sete mil crianças ganhando o status de refugiados, uma a cada segundo. "Esse é um fluxo sem precedentes desde a Segunda Guerra Mundial", disse o porta-voz da Unicef, James Elder.

"Enquanto guerra continuar, situação para a crianças ucranianas apenas vai piorar", alertou. De acordo com ele, o desabastecimento é de tal dimensão que crianças que estão feridas gravemente apenas recebem uma pulseira negra, indicando que elas não teriam chances elevadas de sobreviver.

Dos 3 milhões de refugiados, 1,8 milhão estão na Polônia. 300 mil já deixaram os países do Leste Europeu e estão neste momento em regiões da Europa Ocidental. 90% do fluxo é composto por mulheres e crianças.

Outra preocupação se refere à escassez de alimentos. De acordo com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, já existem relatos de disputas por comida. "É uma situação extrema de vida e morte", destacou a entidade.

De acordo com a agência, locais como Mariupol atravessam uma situação "desesperadora" e algum tipo de solução precisa ser atingida para socorrer civis. Já se preparando para o pior dos cenários, o Comitê Internacional admite que levou para a Ucrânia 5 mil bolsas para embalar vítimas.

A ONU, nesta terça-feira, voltou ainda a criticar a repressão russa contra a imprensa. De acordo com a entidade, 15 mil russos já foram detidos em diferentes cidades do país por protestar contra a guerra. A agência admite que não sabe quantas pessoas foram soltas e não há acesso aos detidos.