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Varíola dos macacos: após morte de animais, OMS quer mudar nome da doença
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Depois da morte de macacos no interior de São Paulo e em outras regiões, a OMS (Organização Mundial da Saúde) insistiu hoje que matar os animais não terá qualquer função para frear o surto da varíola do macaco e disse que já busca um novo nome para a doença, com o objetivo de evitar criar estigmas ou preconceitos contra qualquer animal.
Nos últimos dias, foram registradas as mortes de macacos em algumas localidades no Brasil. Oito animais, por exemplo, foram encontrados mortos em Rio Preto (SP). A polícia suspeita que tenham sido atacados pela população devido aos casos de varíola dos macacos.
No início do mês, a OMS declarou uma emergência internacional por conta da varíola do macaco e pediu que governos reforcem o monitoramento da doença.
Na manhã de hoje, em Genebra, a porta-voz da OMS, Margareth Harris, deixou claro que o gesto não terá qualquer eficácia. Segundo ela, a doença apenas ganhou esse nome por ter sido primeiro identificada nos anos 50 em macacos num zoológico da Dinamarca. "Mas o vírus está presente em vários animais", disse.
Segundo a OMS, o atual surto no mundo está ocorrendo por conta de uma "transmissão entre humanos, com contato próximo". A entidade insiste que a preocupação deve ser com esse padrão de contaminação.
"A transmissão que vemos agora é a transmissão entre humanos", disse. "O vírus está em alguns animais. Mas não é o que estamos vendo agora. O risco é de outro humano, e a forma de parar [a propagação da doença] é reconhecer os sintomas, buscar ajuda e cuidar para que não haja a transmissão", explicou Harris. "As pessoas não devem estar atacando animais", completou.
Dentro da OMS, especialistas preparam um protocolo neste momento para rebatizar o surto, justamente para evitar que certos animais possam ser identificados como a causa da doença.
"Teremos notícias nos próximos dias", confirmou a porta-voz. Algo similar já havia sido feito quando termos como "gripe suína" surgiram no passado.
Ela também alertou sobre o risco de se identificar a doença com uma parcela da sociedade. "Estigmatizar um grupo na sociedade apenas vai aumentar o surto", disse.
Segundo ela, se uma pessoa teme ser excluída por estar doente, ela não vai comunicar que está doente e não vai procurar proteção. O resultado será um aumento das infecções.
"Não estigmatizem nem animais nem humanos", pediu Harris. De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil somava 2.004 casos da doença até o final da semana passada, enquanto outros 1.962 casos suspeitos estavam sendo investigados. 75% dos casos estavam no estado de São Paulo.
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