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Jamil Chade

REPORTAGEM

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ONU escolhe general Santos Cruz para investigar crime de guerra na Ucrânia

Colunista do UOL

18/08/2022 14h16Atualizada em 18/08/2022 14h16

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A cúpula da ONU decidiu chamar o general brasileiro Santos Cruz para chefiar uma missão de apuração dos fatos sobre a explosão no centro de detenção de Olenivka, na região de Donetsk. O incidente ocorreu em 29 de julho e matou dezenas de pessoas.

Alguns relatos apontam que mais de 50 prisioneiros podem ter sido mortos, enquanto acusações de ambos os lados falam de crime de guerra. Uma das versões seria de que o local, com prisioneiros no regimento Azov, poderia ter sido atacado pelos próprios ucranianos para impedir que os prisioneiros dessem informações sobre suas atividades.

Já Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, chamou o ataque de "um crime de guerra deliberado por parte dos russos".

Caberá ao brasileiro tentar chegar às conclusões sobre os acontecimentos e sobre quem poderia ser o autor dos ataques.

A coluna apurou que opção pelo brasileiro ocorreu por sua experiência em outras ações da ONU, como no Haiti e na República Democrática do Congo, e por não fazer parte neste momento do governo brasileiro, questionado por parte da comunidade internacional.

Em um discurso nesta quinta-feira, na Ucrânia, Guterres confirmou que decidiu chamar o brasileiro.

"Decidi estabelecer uma missão para apurar os fatos", disse. "Os Termos de Referência da missão foram compartilhados com a Ucrânia e a Federação Russa, assim como a composição da equipe. É minha intenção nomear o General Carlos dos Santos Cruz do Brasil para liderar esta missão", explicou.

Segundo ele, Santos Cruz é um "oficial respeitado com mais de 40 anos de experiência nacional e internacional em segurança pública e militar, inclusive como comandante de operações de manutenção da paz da ONU".

"Agora continuaremos a trabalhar para obter as garantias necessárias para garantir o acesso seguro a Olenivka e a quaisquer outros locais relevantes", disse Guterres. "Uma missão de averiguação deve ser livre para encontrar os fatos. A equipe deve ser capaz de reunir e analisar as informações necessárias", insistiu.

"Acima de tudo, isso significa acesso seguro, protegido e sem restrições a pessoas, lugares e provas, sem qualquer interferência de ninguém", defendeu Guterres.